Brasil deve gerar 19,3 milhões de empregos até 2020, diz Ipea

Deste total, 55% são devidos à contratação nas pequenas empresas, o que representa 10,7 milhões de novos empregos

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – Até 2020, o Brasil deve gerar 19,3 milhões de empregos, se manter a taxa média de expansão anual dos empreendimentos privados de 4,2%, registrada no período de 1989 a 2008. Deste total, 55% são devidos à contratação nas pequenas empresas (com até 10 funcionários), o que representa 10,7 milhões de novos empregos.

Os dados são de pesquisa divulgada nesta quinta-feira (04) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). 

De acordo com o levantamento, o mercado de trabalho no setor privado registrou, em 2008, 47,8 milhões de empregados, 4,1 milhões de empregadores e 18,7 milhões de trabalhadores por conta própria. Não fazem parte deste segmento funcionários públicos, empregados domésticos, ocupados não remunerados e envolvidos em atividades próprias de produção.

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Pequenas empresas
No segmento das pequenas empresas, as ocupações se dividiam, no ano passado, em 48,7% de trabalhadores por conta própria, 43% de empregados assalariados e 8,3% de empregadores. No total, eram 38,4 milhões de trabalhadores que atuavam em empreendimentos de pequeno porte, o que representava 54,4% dos postos de trabalho e 57,2% do total da massa de rendimento.

Apesar da alta representatividade das pequenas empresas, somente 29,4% do total das vagas presentes nelas estavam submetidas a algum grau de proteção pela atual legislação social e trabalhista. Entre os ocupados por conta própria, 16,7% tinham alguma proteção social ou trabalhista, enquanto entre os empregados assalariados, 40,8% registraram contrato formal de trabalho. Entre os empregadores, o índice era de 55,8% com proteção social.

Análise por setor
Na análise por setor, nota-se que o segmento dos pequenos negócios registrou maior concentração ocupacional no ramo do comércio, alojamento e alimentação, com 40,2% do total dos empregos do ano passado, seguido da educação, saúde e demais serviços coletivos, com 16,5%. Na indústria, a representatividade de postos de trabalhado era de 14,8%, enquanto na construção civil era de 14,7%. Os setores de transporte e comunicação aparecem com 6,5% e outras atividades, com 7,3%.

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Para os trabalhadores, o setor do comércio, alojamento e alimentação absorveu 43,6% das ocupações em 2008, seguido da indústria (14,2%), educação, saúde e demais serviços coletivos (11,8%) e construção civil (10%). Já para os empregadores, também as atividades comercial, alojamento e alimentação eram responsáveis pela maior parte das vagas (48,7%), seguidas pela indústria (14%), educação, saúde e demais serviços (11,8%) e construção civil (10%).

Rendimento médio e escolaridade
Em 2008, o rendimento médio mensal dos trabalhadores em pequenas empresas foi de R$ 902, sendo R$ 633,03 para os empregados assalariados, de R$ 2.607 para empregadores e R$ 807,34 para trabalhadores por conta própria.

O estudo revelou que, quando analisada a faixa etária, 57,6% dos ocupados tinham de 25 a 49 anos de idade, com 18,7% com idade até 24 anos de idade e 23,7% com 50 anos ou mais de idade. Considerando a escolaridade, somente 10% dos ocupados estavam na faixa do Ensino Superior, os demais tinham Ensino Fundamental (48,2%) e Ensino Médio (41%). 

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Com relação à distribuição do total das ocupações e da massa de rendimento das pequenas empresas por regiões geográficas no País, a região Sudeste era o destaque, com 40% do total dos postos de trabalho e quase 46% do rendimento. Na sequência, estavam as regiões Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte.