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SÃO PAULO – Na medida em que as eleições nos Estados Unidos se aproximam, não apenas a população norte-americana, mas também todo o mundo fica interessado naquilo que cada candidato representa. Ou seja, o que a diferença entre os candidatos pode trazer de implicações para suas vidas, seja de maneira direta ou indireta.
É nesse contexto que muitos estudiosos, economistas e investidores tentam encontrar nas sutilezas de George W. Bush e John Kerry os sinais necessários para a percepção de qual seria a diferença de atitude de cada um deles frente à América Latina e, em especial, ao Brasil.
Norte-americanos vêem ameaça ao mercado de trabalho
Como acontece no Brasil, também nos Estados Unidos os candidatos são extremamente atrelados aos interesses da população, ou seja, como afirma o dito popular, costumam dançar conforme a música.
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Tendo em vista que a economia é uma questão que traz preocupação para a população no atual momento, os norte-americanos atribuem a culpa da não recuperação do mercado de trabalho do país às empresas que, por aproveitarem a queda das fronteiras econômicas, transferem parte de suas atividades para outros países.
A experiência introduzida pela implementação do Nafta deixou a sensação aos norte-americanos de que houve uma perda de empregos para os mexicanos, o que tem causado o profundo sentimento de protecionismo em muitos cidadãos do país.
Com Kerry ou Bush, ALCA não deve mudar muito
Nesse sentido, alguns analistas apontam que esse mesmo sentimento é também verdadeiro para a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), que está sendo negociada no momento. Assim sendo, o tom protecionista da atual campanha deve repercutir negativamente para ambos os candidatos nas negociações da criação da ALCA.
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Alguns analistas acreditam que a eleição de Kerry representaria o fim dos acordos de livre comércio bilaterais e, provavelmente, o fim do apoio para a formação da ALCA.
No mesmo sentido, Bush deve continuar com sua atual política de uma ALCA limitada por acordos bilaterais, persistindo as tensões com o Brasil.
Ou seja, qualquer um dos candidatos não deve fazer nenhum tipo de concessão nas principais áreas de interesse para o Brasil, como barreiras a produtos de agronegócio e subsídios à agricultura.