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SÃO PAULO – O acordo assinado pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos nesta sexta-feira (09) sobre a regulamentação internacional de combustíveis renováveis, significa, como o próprio presidente Lula afirmou ” um novo momento da indústria automobilística mundial, dos combustíveis e um novo momento para a humanidade”.
Entretanto, o mar de rosas acaba quando se constata que o compromisso entre os dois países deixa de fora, pelos menos por enquanto, a discussão sobre eventuais mudanças na tarifa de importação dos Estados Unidos sobre o álcool brasileiro.
Segundo o documento firmado nesta manhã, ambos os países vão cooperar no âmbito do Fórum Internacional de Biocombustívies (FIB) utilizando trabalhos de seus institutos de metrologia a fim de definir um padrão único de comercialização para o etanol.
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E as tarifas?
Já a definição das tarifas impostas atualmente pelos Estados Unidos sobre o produto brasileiro parece ter sido esquecida. “Os temas relacionados com comércio doméstico e tarifas devem ser tratados em outros foros multilaterais, regionais e bilaterais”, informou o documento.
Para a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a esperança era a de que o assunto fosse discutido na ocasião. “Nossa expectativa era a de que os protocolos assinados pavimentassem o caminho para a eliminação de tarifas de importação do etanol brasileiro”, afirmou a entidade.
Em nota publicada nesta sexta-feira, a Unica afirma que a atual tarifa de R$ 0,54 por galão não é um impedimento à exportação do produto nacional, mas “uma barreira ao livre comércio”. No documento, a entidade se mostrou descontente com a taxação vigente. “A Unica defende o livre mercado, e não vê sentido que a importação de etanol, um combustível limpo e renovável, seja penalizada, enquanto a de petróleo, um produto fóssil, esteja livre de taxas”, completa a nota.