Governistas terão maioria das vagas na CPMI dos Cartões e oposição reclama

Oposicionistas acreditam que, com essa composição, os governistas vão trabalhar para blindar as investigações

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – Além de garantir a presidência e a relatoria, o Governo terá uma maioria ampla na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos cartões corporativos, que teve o pedido de instalação protocolado na última quinta-feira (14) pela oposição. Das 24 vagas, 17 serão preenchidas por partidos que compõem a base aliada.

Das 11 vagas reservadas para os deputados, 8 serão ocupadas por parlamentares da base aliada. No Senado, apesar das forças entre governo e oposição serem mais equilibradas, DEM e PSDB vão ficar com apenas 4 das 11 cadeiras. O regimento ainda prevê uma vaga adicional em cada Casa para ser preenchida por partidos pequenos.

Oposição reage

A oposição acredita que, com essa composição, os governistas vão trabalhar para blindar as investigações sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do seu governo. “A CPI mista será abafada. Deixará muito mal todo mundo, a oposição e o governo. O governo vai ficar pior do que já está”, disse o vice-líder do DEM na Câmara, deputado José Carlos Aleluia.

Continua depois da publicidade

Como instrumento de pressão, os oposicionistas apresentam a possibilidade de fazer uma CPI só no Senado para evitar uma blindagem do governo. “O fato é que nós não vamos participar de uma CPI sem divisão de forças”, afirma o líder do DEM, José Agripino.

Já para o senador Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado, o governo não vai “cometer a irracionalidade” de blindar as investigações, sob pena de deixar sua imagem abalada junto à opinião pública. “Não vamos deixar de atuar, começando pelas contas do presidente Lula. Não vamos permitir nem fraude, nem farsa”, enfatizou.