Uso do dólar nas relações Brasil-China poderá ser abandonado, sugere Lula

Presidente ressalta uso do yuan e do real no comério exterior, mas afirma que mudança não será imediata; BC chinês concorda

Thiago Gomes Amorim

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SÃO PAULO – Após o término da visita à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou na última terça-feira (19) que levará algum tempo até que os dois países deixem de usar o dólar como moeda padrão nos seus acordos comerciais.

Segundo a autoridade brasileira, o plano de adotar o yuan e o real nas transações entre Brasil e China continua sendo debatido e deverá se tornar realidade. “Mas tudo isso leva tempo, as coisas não acontecem assim tão rápido”, disse Lula, enquanto saía de Pequim.

O Banco da China também assinalou vontade semelhante, mas alegou que o abandono do dólar não pode ser feito agora, uma vez que o yuan ainda não é tão convertível ao redor do mundo. A moeda tem um uso bastante limitado fora do país e levará algum tempo para que isso seja mudado.

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Popularizando o yuan

Atento a essas limitações, o Banco da China tem tentado promover a divisa em outros países, assinando acordos de swaps com Belarus, Coréia do Sul, Indonésia e Argentina. Analistas acreditam que essas transações devem ajudar o yuan a se popularizar e já movimentaram o equivalente a US$ 95 bilhões.

No dia 8 de abril, o governo chinês autorizou Shangai e outras quatro cidades a assinarem acordos internacionais cotados em yuan. Outros países também sinalizam ideia semelhante e já aderem ao uso da moeda local nas negociações estrangeiras, a exemplo de Brasil, Rússia e Índia.