Guido Mantega diz que não há necessidade de aumento da Selic em 2010

Ministro afirmou que expectativas do mercado estão exageradas e fez alerta a excesso de investimentos estrangeiros

Beatriz Nantes

Publicidade

SÃO PAULO – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que não há necessidade de aumento da taxa básica de juro no próximo ano e que as expectativas quanto a isso no mercado estão exageradas. A declaração aconteceu durante o oitavo balanço do PAC, realizado no Palácio do Itamaraty nesta quinta-feira (8).

O ministro afirmou ainda que o País está preparado para crescer 5% em 2010 sem que isso gere pressões inflacionárias que justificariam a alta dos juros. Para Mantega, as projeções para os juros seriam resultado de um “excesso de otimismo”, e o ministro afirmou ainda que “tem gente interessada em elevar as taxas de juros (…) porque parte do mercado lucra com os juros mais altos.”

O último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central no início da semana, traz a projeção de que a taxa Selic deve chegar a 9,75% ao ano em 2010, maior do que expectativa anterior de 9,5%. Na BM&F Bovespa, as projeções futuras de juros também têm apresentado alta diante de previsão de recuperação mais forte da economia.

Continua depois da publicidade

Mantega também fez ressalvas com relação ao excesso de investidores estrangeiros, dizendo que “de tão alto nosso conceito (no exterior), às vezes até me preocupa. O pessoal está doido para vir aqui fazer investimento”.

Balanço do PAC

Com relação ao PAC, o ministro afirmou que os objetivos básicos estão sendo cumpridos, citando a capacidade de recuperação do Brasil e a geração de empregos durante a crise, que estariam sendo alcançados por causa dos investimentos.

Mantega lembrou ainda que o setor industrial do País foi um dos que mais sofreu com a crise, mas tem apresentado poder de recuperação, o que se deveu em grande parte às medidas do governo, que reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o setor automobilístico. O ministro afirmou que “o setor é um dos poucos no mundo que está vendendo mais do que no ano passado e passa por uma recuperação bem maior do que o de outros países”.