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SÃO PAULO – A Fitch Ratings rebaixou o rating de longo prazo em moeda estrangeira da Tunísia de “BBB” para “BBB-“, enquanto a nota em moeda local foi de “A-” para “BBB”, ambas com perspectiva negativa. O rating de curto prazo em moeda estrangeira, seguindo a tendência, foi cortado de “F2” para “F3”. O anúncio aconteceu nesta quarta-feira (2), tendo em vista a instabilidade política na região.
De acordo com Charles Seville, diretor da agência de classificação de risco, o corte reflete as incertezas acerca da estabilidade política e econômica do país, que enfrenta uma difícil transição política. “Embora a transição para democracia melhore a confiança no longo prazo, as perspectivas de curto prazo para a economia, finanças públicas e o sistema financeiro pioraram, em decorrência da agitação política”, declarou Seville.
Apesar de o governo transitório, sob o comando de Beji Caid Sebsi, ter chances de durar mais tempo no poder do que seus antecessores, há um grande risco de que as eleições democráticas, previstas para julho, falhem no sentido de promover um governo sustentável, que consiga implementar políticas econômicas responsáveis e melhorar a confiança do investidor. Por isso, segundo a agência, o corte foi realizado.
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Expectativas
No campo econômico, a Tunísia parece em ritmo normal, porém, a Fitch espera que o crescimento seja modesto, entre 1% a 2% em 2011, um patamar bem inferior aos 5% projetados em 2010, em decorrência dos conflitos que tomaram conta da região e abalaram o turismo no país e os investimentos. Ainda assim, a Tunísia tem apresentado estabilidade macroeconômica frente aos choques.
As finanças públicas estão sob controle, porém, o déficit fiscal se alastrou em 2011 e deve piorar até 2012. Parte desse aumento tem como causa os gastos excessivos, que devem superar os 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto) que eram previstos. Além disso, o risco do setor financeiro também cresceu.
Por fim, a Fitch ainda acrescentou que a deteriorização fiscal ou o aumento da preocupação com a política econômica do país pode justificar novos rebaixamentos. Assim como, por outro lado, o sucesso das eleições de julho, resultando em um governo estável, ou a evidência de que as finanças públicas se tornaram menos vulneráveis e afetadas pelo temor político podem resultar em uma reversão de classificação, passando de negativo para estável.
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Rebaixamento também na Líbia
O agravamento da situação política na região fez com que a agência, na última terça-feira (1), rebaixasse o rating da Líbia, ação que levou a nota do país a perder o status de grau de investimento e passar ao patamar de grau especulativo.
Os ratings de longo prazo em moeda moeda local e estrangeira passaram de “BBB” para “BB”, e seguem com perspectiva negativa. As notas de curto prazo em moeda estrangeira também foram revisadas para baixo, indo de “F3” para “B”.
Confira abaixo a metodologia de notas das principais agências:
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S&P | Moody´s | Fitch | Grau |
AAA AA+ AA AA- A+ A A- BBB+ BBB BBB- |
Aaa Aa1 Aa2 Aa3 A1 A2 A3 Baa1 Baa2 Baa3 |
AAA AA+ AA AA- A+ A A- BBB+ BBB BBB- |
Investimento |
BB+ BB BB- B+ B B- CCC CC C D |
Ba1 Ba2 Ba3 B1 B2 B3 Caa Ca C Wr |
BB+ BB BB- B+ B B- CCC CC C D |
Especulativo |