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SÃO PAULO – O crescimento da economia brasileira deve ser ainda menor do que o esperado, segundo a MCM. A consultora está revisando suas projeções do PIB (Produto Interno Bruto), neste ano e em 2012, para baixo.
Anteriormente, a estimativa era de alta de 3,6% em 2011, proporção que deve cair a níveis próximos de 3% durante a revisão. “Para 2012, a direção da revisão deve ser a mesma”, afirma o relatório. Segundo o texto, o recente ciclo de aperto monetário ainda está levando a atividade industrial para patamares cada vez menores.
Entre os exemplos citados pela MCM, está o dado de produção do setor, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que recuou 0,2% entre julho e agosto, e é esperado em nova queda de pelo menos 0,9% em setembro. Além disso, a importação de bens de capital, que calcula o nível de investimento futuro das empresas, já desceu 13,7% no mês passado.
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Apesar de desaquecimento, inflação sobe
O documento ressalta que esse cenário de desaceleração da economia brasileira é perfeito para que o governo ponha em prática a intenção já declarada de cortar ainda mais a taxa básica de juros. Já no primeiro trimestre do ano que vem, a consultora vê a Selic em 10% ao ano.
Para a MCM, porém, o problema estaria na grande alta nos preços do setor de serviços, que já aparece como principal responsável para os principais indicadores estarem subindo. A ausência de esfriamento da demanda no mercado continuaria pressionando a inflação inclusive ao se considerar o médio prazo.
Além disso, a expansão fiscal que deve ser promovida em 2012 – aumento do salário mínimo e contratações no funcionalismo público – também traz preocupação à consultora. “Essa combinação de expansão monetária e expansão fiscal não é compatível com a convergência da inflação para algo próximo da meta no ano que vem”, opina o relatório.
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Volta à alta dos juros
Para controlar esse avanço nos preços, a MCM acredita que novas medidas “heterodoxas” possam ser adotadas, como já foi feito com o aumento de IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) para automóveis importados. Essa atitude, porém, traria uma erosão na confiança dos agentes econômicos em relação à gestão pública, alertam os consultores.
Se isso realmente se concretizar, porém, o governo deve novamente retornar à ortodoxia, e voltar a subir os juros. “A magnitude total desse novo ciclo de aperto seria da ordem de 200 pontos”, prevê a consultora. Isso traria a Selic a 12% novamente, daqui a dois anos. A justificativa da MCM para essa mudança seria o ano eleitoral de 2014. “Deixar a inflação sair de controle seria uma postura com enorme custo eleitoral”, analisa.
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