Brasil contabiliza 79 votos para embaixador na disputa da OMC

Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que está otimista em relação à possibilidade de vitória do embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo

Equipe InfoMoney

Publicidade

BRASÍLIA – A União Europeia define hoje (6) quem vai apoiar para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC): o embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, ou o mexicano Herminio Blanco, de 62. Em meio às negociações, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que está otimista em relação à possibilidade de vitória de Azevêdo. Internamente, a contabilidade é que até ontem (5) o brasileiro tinha 79 votos.

Para vencer a disputa, é preciso conquistar 80 votos do total de 159 da OMC. Mas Patriota evitou detalhar as conquistas do brasileiro. “Não é o caso de entrarmos em especulações [sobre quantidade de votos]. É um momento sensível e é uma eleição que tem suas peculiaridades, pois não há uma eleição direta”, disse o chanceler. “Aguardamos com confiança. O candidato brasileiro tem todas as qualidades para o cargo.”

Na eleição da OMC, cada um dos 159 países, que integram o órgão, vota no nome de sua preferência. A escolha é feita em três etapas. Inicialmente, havia nove nomes e todos os candidatos concorreram. Na segunda etapa, encerrada no dia 25, ficaram cinco candidatos. Nesta última fase, são apenas dois na disputa.

Continua depois da publicidade

De acordo com os negociadores brasileiros, a dificuldade atual está concentrada na União Europeia. Até o momento, os europeus votaram unidos, definindo que Azevêdo e Blanco deveriam disputar a última etapa da eleição. Mas não se sabe se na reunião que ocorre ao longo do dia de hoje será mantida a posição única, opinando para um dos candidatos, ou se os europeus vão autorizar que cada país vote livremente.

O esforço dos negociadores brasileiros, que estão entre Genebra (Suíça), onde é a sede da OMC, e Bruxelas (Bélgica), sede da União Europeia, é garantir que a posição única seja favorável a Azevêdo. A segunda hipótese é trabalhar para que os europeus liberem os votos dos 27 países que integram o bloco para que cada nação apoie o candidato que considerar mais preparado.

A expectativa é que no dia 8 ocorra a divulgação do resultado final da eleição. Mas amanhã (7) os candidatos serão informados, não oficialmente, sobre quem é o vitorioso. O novo diretor-geral da OMC tomará posse em 31 de agosto, substituindo o francês Pascal Lamy. Patriota concentrou os esforços no fim de semana em busca de apoio entre os europeus.