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BRASÍLIA – O governo não quer uma depreciação acelerada e desordenada do real e tem um cardápio de medidas para impedir que uma valorização excessiva da moeda norte-americana afete a competitividade da economia brasileira, disse à Reuters na quarta-feira uma fonte do governo próxima à presidente Dilma Rousseff.
“O governo não quer uma desvalorização desordenada do real, porque tem o câmbio como fundamental para a competitividade da economia”, disse a fonte que pediu para não ser identificada.
Na terça-feira, o Ministério da Fazenda zerou a alíquota de 6 por cento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente sobre ingresso de capital estrangeiro para aplicação em renda fixa. A medida foi adotada para ajustar os fluxos de entrada de capital externo no país à perspectiva de menor liquidez internacional.
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Questionado sobre se essa medida seria a única ação do governo diante da conjuntura internacional de valorização da divisa norte-americana, a fonte disse que a equipe da presidente Dilma tem um cardápio de opções para atuar no câmbio.
“O governo possui um arsenal de medidas e começou a usar esses instrumentos.”
A iniciativa do governo de retirar um dos entraves ao capital estrangeiro destinado ao país provocou intensa volatilidade nos mercados de câmbio e de juros futuros nesta quarta-feira, levando o Banco Central a atuar, vendendo contratos de swap cambial tradicional.
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Também nesta quarta-feira a presidente Dilma afirmou que o governo não tem medidas para segurar a valorização do dólar, repetindo que o Brasil adota o regime do câmbio flexível.
O ajuste dos fluxos de capital estrangeiro destinados ao Brasil ocorre em um contexto de redução da liquidez mundial provocado pela perspectiva de retirada dos estímulos monetários nos Estados Unidos.