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SÃO PAULO – Após o Credit Suisse e o JPMorgan cortarem as projeções, o banco estrangeiro Morgan Stanley também cortou as expectativas para o crescimento da economia brasileira. Destacando como um dos motivos principais a crise de abastecimento de energia, os economistas do banco cortaram a previsão do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil de 1,9% para 1,5% em 2014.
Para 2015, o cenário é ainda menos promissor, apontam os economistas do banco, com redução no ritmo da atividade de 1,5% para 1,1%. No pior cenário, o “pessimista”, não é descartada a possibilidade de uma recessão do Brasil no próximo ano, com uma queda de 0,3%, levando o Brasil de volta à retração em meio a um possível racionamento elétrico como nos moldes de 2001. Isso, segundo o banco, poderia reduzir as perspectivas do crescimento da economia brasileira em 180 pontos-base em doze meses. Já no cenário otimista, o Brasil cresceria 2% em 2015.
O relatório do banco estrangeiro ressalta ainda que, mesmo com o governo evitando o racionamento, um estrago macroeconômico já foi feito. Isso porque, mesmo se não houver o racionamento, dois anos seguidos de incerteza relacionados ao fornecimento de energia devem prejudicar as projeções de investimento do País. Com isso, a formação bruta de capital deve cair 1% em 2014 e ficar estável em 2015, enquanto a expansão da atividade será liderada pelo consumo do governo.
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Sobre as projeções de política monetária, o Morgan Stanley destacou que o Banco Central brasileiro deve encerrar o ciclo de aperto monetário em abril, ao elevar a Selic para 11% ao ano. Porém, os problemas com a inflação continuarão e, desta forma, o aperto deverá continuar no próximo ano. Com isso, a Selic deve fechar 2015 a 13% ao ano, apontam os economistas.
Mais uma piada, Mantega?
Se as projeções das três respeitadas instituições financeiras se confirmarem, este será o quarto ano seguido de PIB decepcionante apresentado pelo Brasil. Vale lembrar que, em 2012, quando o Credit Suisse rebaixou suas estimativas para o crescimento do País para 1,5%, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que os cálculos do banco eram “uma piada” e o Brasil ia apresentar um indicador muito mais expressivo. No ano seguinte, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que o PIB brasileiro ficou em tímidos 0,9% no período – abaixo inclusive das estimativas ironizadas pelo ministro.