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SÃO PAULO – Após dizer à Reuters que se sentia “envergonhado” com os atrasos para os preparativos do Mundial e provocar um mal estar no governo, o ex-atacante da seleção brasileira Ronaldo manifestou, em entrevista ao jornal Valor Econômico, apoio à candidatura de Aécio Neves, pré-candidato à presidência pelo PSDB.
Ao jornal, ele destacou que a Copa foi uma grande oportunidade perdida e que, como empresário, desistiu de investir no Brasil em 2015 por estar inseguro. “Essa insegurança que estamos vivendo, essa instabilidade, a revolta, o ódio do povo… O governo deveria tranquilizar a população, o setor empresarial. Dizer que está tudo tranquilo, mas não faz isso. A gente vive tapando buraco aqui e ali e o governo não dá segurança à população”.
E afirmou a sua preferência pelo candidato do PSDB, apesar de destacar que tem uma relação boa com o ex-presidente Lula e a atual presidente Dilma Rousseff.
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“Mas eu sou amigo do Aécio. Conheci a presidente Dilma, tenho uma ótima relação com ela. Mas minha amizade com Aécio tem 15 anos. Ele foi o único cara que eu apoiei publicamente. Apoiei para governador de Minas e aí ele fez um excelente trabalho. Sempre tivemos uma amizade muito forte e agora vou apoiá-lo. É meu amigo, confio nele e acho que é uma ótima opção para mudar o nosso país”, destacou. Vale destacar que, no início de maio, Ronaldo postou uma foto em sua conta oficial no Facebook ao lado de Aécio, chamando-o de “futuro presidente do Brasil”.
Rebatendo as críticas
No sábado, a presidente Dilma Rousseff rebateu as críticas de Ronaldo feitas em entrevista à Reuters e afirmou que o Brasil não tem “complexo de vira-latas” e nem que se envergonhar da organização da Copa do Mundo.
“Tenho certeza que nosso país fará a Copa das Copas. Tenho certeza da nossa capacidade, tenho certeza do que fizemos. Tenho orgulho das nossas realizações. Não temos por que nos envergonhar e não temos complexo de vira-latas”, afirmou a presidente, sem citar Ronaldo, em discurso no último sábado (24) Congresso Nacional da União da Juventude Socialista, em Brasília.
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Mais cedo, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, também tinha rebatido Ronaldo, que é membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, afirmando que o ex-jogador dava “um chute contra o próprio gol” ao dizer que estava “envergonhado” dos atrasos em obras do Mundial.
Ronaldo afirmou em entrevista à Reuters na última sexta-feira que sentia-se envergonhado com os atrasos e dificuldades do país nos preparativos para o torneio. Porém, defendeu que o Mundial não seja alvo de protestos e culpou os governos pelos problemas. “E de repente chega aqui é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse, são os atrasos. É uma pena. Eu me sinto envergonhado, porque é o meu País, o País que eu amo, e a gente não podia estar passando essa imagem para fora”, afirmou.
“A frase dita pelo Ronaldo, tomada de forma isolada, é um chute contra o próprio gol, já que ele foi parte do grande esforço para construir a Copa do Mundo”, disse o ministro Aldo Rebelo por meio de site do ministério.
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O ministro disse ainda estar “seguro de que não só o Ronaldo, mas todos os brasileiros e turistas estrangeiros que vierem nos visitar terão orgulho, e não vergonha” do Mundial.
Ronaldo, ao mesmo tempo em que disse à Reuters que críticas feitas pela Fifa ao Brasil são justas, afirmou que o Mundial pelo menos proporcionou mudanças em cidades brasileiras e citou Cuiabá, uma das 12 sedes de jogos da competição.”Vi cidades com muitas obras… Quem sabe quantas obras assim seriam feitas em Cuiabá se não fosse a Copa do Mundo?”, indagou.
“A Copa do Mundo é uma ferramenta que trouxe uma série de investimentos para o nosso país. Poderia ter sido perfeito, se fizessem tudo o que prometeram, mas isso não tem a ver com Copa do Mundo, tem a ver com os governos que prometeram e não cumpriram”, disse o ex-jogador.
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De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, a presidente Dilma teria ficado chateada e surpresa com as críticas do ex-jogador, demonstrando contrariedade com as declarações, que considerou despropositadas.
(Com Reuters)