Barbosa não poderá ser candidato à presidente e dará palestras: “”vou fazer como Lula”

Lei da inegibilidade diz que os magistrados não são elegíveis até seis meses depois se afastados de seus cargos, o que descarta a possibilidade; ministro não planeja ser candidato

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O ministro e presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa não poderá se candidatar nas eleições deste ano, afirmaram Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes. Para isso, ele teria que ter deixado o cargo com pelo menos seis meses de antecedência ou seja, até abril. 

Nesta quinta-feira, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que Barbosa deixará o comando do STF e se aposentará em junho. “É um motivo surpreendente e triste (que trouxe Barbosa ao Senado). O ministro (Joaquim Barbosa) veio se despedir. Ele estará deixando o Supremo Tribunal Federal. Ele falou que vai se aposentar agora, no próximo mês. Nós sentimos muito porque ele é uma das melhores referências do Brasil”, afirmou Calheiros.

Barbosa teria que sair do cargo até 4 de abril para ser elegível. Ao jornal O Globo, o ministro Marco Aurélio Mello criticou a decisão do ministro de deixar o cargo, mas minimizou o caso lembrando das fortes dores de coluna do colega. 

Continua depois da publicidade

A Lei de inelegibilidade, de 1990, diz que os magistrados são inelegíveis “até seis meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções”.

Porém, o próprio ministro afirmou, de acordo com o site do jornal, que não pretende entrar para a política e que sua intenção é advogar, dar aulas, fazer consultoria jurídica e ministrar palestras. “Vou fazer como o Lula, vou dar palestras”, afirmou, segundo informações da publicação. 

Vale ressaltar que, no final de março, em entrevista para o canal Globo News, Barbosa descartou que seria candidato nas eleições de 2014, mas deixou a porta aberta para uma candidatura no futuro. 

Continua depois da publicidade

Barbosa afirmou ainda que o Brasil é o País “dos conchavos, do tapinha nas costas”, criticando diretamente os acordos políticos e as articulações no Brasil. Ele afirmou que o Brasil está entre as dez maiores democracias do mundo, mas que muitas decisões são tomadas superficialmente, sem que se pense nas consequências. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.