A volta da potência? Para Forbes, investidores podem gostar do Brasil de novo

Isso se deve à nova equipe econômica, aponta a publicação, apesar do cenário atual bastante desanimador

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os investidores podem começar a gostar Brasil novamente graças à nova equipe econômica. É o que aponta reportagem da revista Forbes desta semana que destaca, contudo, os novos desafios a serem enfrentados pelo “triunvirato” composto por Joaquim Levy no ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no ministério do Planejamento e a permanência de Alexandre Tombini no Banco Central.

Os desafios são grandes, aponta a revista, uma vez que o crescimento do PIB no quarto trimestre pode registrar queda na comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, os investidores tiveram a chance de ouvir Tombini sobre a inflação, além do que Joaquim Levy e Nelson Barbosa planejam para retomar o crescimento.

A Forbes questiona se a situação brasileira pode ficar pior e aponta que sim, mas esse não é mais o cenário base – pelo menos não mais por tanto tempo. Mesmo com os dados desanimadores, o consumo diminuindo, queda na confiança do empresariado e do consumidor, entre tantos outros problemas, estes podem estar “perto de um limite” se esta nova equipe econômica fizer um controle orçamental mais rigoroso e recuperar a confiança. 

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Analistas ouvidos pela revista ressaltam que a nomeação do novo “Team Dilma” é um bom sinal em meio a um quadro de deterioração fiscal. O Brasil está tendo uma série de déficits, e vem tentando se manter em meio a uma queda nos preços das commodities. O Brasil é um dos principais exportadores de commodities, e assim as receitas de exportação são importantes para o bem estar econômico do Brasil, afirma. 

“O trio Levy, Barbosa e Tombini aumenta o otimisto sobre a implementação dos ajustes de política necessários e o retorno dos negócios e da confiança do consumidor”, diz Tony Volpon, chefe de pesquisas para os mercados emergentes da Nomura.

A Forbes lembra ainda de que as expectativas do mercado eram de uma bolsa bem mais em baixa caso Dilma Rousseff fosse reeleita presidente, citando as expectativas dos analistas do UBS, que esperavam o índice a 44.000 pontos. Mas, uma vez que começaram a surgir rumores de que Dilma iria ter uma equipe econômica mais ao amigável mercado para substituir o atual ministro da Fazenda Guido Mantega, esse tipo de baixa parece mais improvável.

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E afirma: um número de observadores disse que a corrida apertada poderia ser um sinal de alerta para Dilma. “Este parece ser o caso”.

Durante a coletiva de imprensa na quinta-feira, os investidores receberam alguns indicadores positivos sobre a política fiscal para os próximos anos, afirma a publicação. Levy disse que vai definir uma meta de superávit de 1,2% para o próximo ano, e não menor que 2,0% para 2016 e 2017. “Mesmo sem o anúncio de medidas fiscais concretas, o tom do discurso do ministro da Fazenda indica seu desejo de previsibilidade e estabilidade, uma mudança positiva da administração cessante”, afirmou Bruno Rovai, assistente de pesquisa do Barclays em Nova York. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.