Dilma não vai a encontro do JPMorgan, mas escreve carta a investidores; confira na íntegra

A presidente falou que "conta com a participação do mercado na construção de um novo ciclo de desenvolvimento da economia brasileira"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na última terça-feira (2), ocorreu em São Paulo um encontro com investidores promovido pelo JPMorgan, o Brazil Opportunities Conference. A presidente Dilma Rousseff acabou cancelando a sua participação, participando o presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho. 

Dilma não foi, mas Coutinho leu uma carta da presidente em que dava indicações sobre o que será o seu segundo mandato. A presidente afirmou que a economia brasileira passa por um momento de transição e no qual ainda sofre os efeitos externos do lento crescimento mundial – inclusive, a redução dos preços das commodities.

A presidente ainda afirmou que “conta com a participação do mercado na construção de um novo ciclo de desenvolvimento da economia brasileira, em que pretendemos continuar nossa política de inclusão social e geração de igu aldade de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras. Para isso, a profundidade, a diversidade e a qualidade regulatória do nosso mercado financeiro terão um papel cada vez mais relevante”.

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Leia a íntegra a carta da presidente Dilma Rousseff à Brazil Opportunities Conference:

“Mensagem da Presidenta da República, Dilma Rousseff, por ocasião da Brazil Opportunities Conference 

Brasília, 02 de dezembro de 2014

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A economia brasileira passa por um momento de transição, no qual ainda sofremos os efeitos externos do lento crescimento mundial – inclusive, a redução dos preços das commodities.

Apesar desse cenário, temos conseguido manter a inflação dentro do intervalo estabelecido pelo governo, bem como temos sustentado uma baixa taxa de desemprego.

O crescimento da economia tem estado abaixo do que todos nós esperávamos no início do ano – tanto no governo quanto no mercado – e isso tem se traduzido num desempenho fiscal menor do que o previsto.

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Para os próximos anos, nossa prioridade é recuperar a capacidade de crescimento da economia, com controle rigoroso da inflação e fortalecimento das contas públicas e, assim, garantirmos o emprego e a renda.

A nova equipe econômica trabalhará em medidas de elevação gradual, mas estrutural, do resultado primário da União, de modo a estabilizar e depois reduzir a dívida bruta do setor público em relação ao PIB.

Também continuaremos a melhorar nossa política de aumento do investimento e de produtividade do trabalho, pois é isso que sustenta um crescimento mais rápido do PIB e dos salários reais, com estabilidade macroeconômica.

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As iniciativas em análise envolvem tanto reformas do lado fiscal, para adequar a taxa de cresciment o do gasto público ao crescimento da economia, quanto maior desenvolvimento financeiro, com aumento da participação de fontes privadas no financiamento de longo prazo, em especial, da infraestrutura.

Olhando para 2015 e além, contamos com a participação do mercado na construção de um novo ciclo de desenvolvimento da economia brasileira, em que pretendemos continuar nossa política de inclusão social e geração de igu aldade de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras. Para isso, a profundidade, a diversidade e a qualidade regu latória do nosso mercado financeiro terão um papel cada vez mais relevante.

Felicitamos, portanto, o JP Morgan por essa ocasião de promover o diálogo do Brasil com os investid ores internacionais e desejamos grande sucesso para cada um dos presentes.

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Dilma Rousseff

Presidenta da República Federativa do Brasil”

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.