Ex-gerente da Petrobras diz que repassou US$ 300 mil para campanha de Dilma em 2010

Em seu primeiro depoimento à CPI da Petrobras, ele admitiu recebimento de propinas e a divsão delas no PT, além de falar sobre seu relacionamento com o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto

Paula Barra

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SÃO PAULO – O ex-gerente da Petrobras (PETR3; PETR4) Pedro Barusco disse nesta segunda-feira (10), em seu primeiro depoimento à CPI da Petrobras na Câmara, que providenciou o repasse de US$ 300 mil para campanha da presidência Dilma Rousseff em 2010, segundo divulgou a Folha de S. Paulo. O partido negou as informações nesta noite.  

Em depoimento, ele admitiu recebimento de propinas e a divisão delas no PT, além de falar sobre seu relacionamento com o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, citando jantares em hotéis e contatos por mensagens telefônicas.

Segundo Barusco, em 2010, foi solicitado à SBM (empresa holandesa) um patrocínio à campanha de Dilma, mas que não teria dado por ele diretamente. “Eu recebi o dinheiro e repassei (…) para João Vaccari Neto”, disse. Ele já teria afirmado isso em sua delação premiada. 

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O ex-diretor ainda reafirmou, conforme informações já dadas em sua delação premiada ao Ministério Público Federal, que havia um acordo para que um percentual dos contratos firmados na diretoria de Serviços, na qual atuava, fosse destinado ao PT, e que o responsável pela recebimento era Vaccari. O percentual era uma propina paga por um cartel de empresas a funcionários da Petrobras, que depois eram repassados as legendas aliadas, segundo as investigações da Operação Lava Jato.

Em comunicado por email assinado pelo presidente do PT, Rui Falcão, Vaccari “reiterou que nunca tratou de finanças ou doações para o partido com o senhor Pedro Barusco”. O partido disse ainda que só recebe doações “dentro dos parâmetros legais”.