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SÃO PAULO – A pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 16 e 17 de março com 2.842 eleitores, não trouxe boas notícias para a presidente Dilma Rousseff. Muito pelo contrário. O percentual dos entrevistados que avaliam negativamente o governo Dilma é de 62% dos brasileiros, uma expressiva alta de 18 pontos percentuais desde o levantamento de fevereiro.
Enquanto isso, a taxa de aprovação do governo é de apenas 13%, uma queda de 10 pontos percentuais. Este percentual se compara aos piores momentos dos presidentes anteriores, conforme destaca a LCA Consultores: Itamar Franco (12% na CPI do Orçamento em novembro de 1993) e Fernando Henrique Cardoso (13% em setembro de 1999). Dilma só supera Collor na fase anterior ao processo de impeachment (9%).
A consultoria destaca que Dilma piorou em todos os segmentos sociais analisados pelo Datafolha, sendo as taxas mais altas de rejeição nas regiões Centro-oeste (75%) e Sudeste (66%) e nos municípios com mais de 200 mil habitantes (66%), entre os eleitores com escolaridade média (66%) e no grupo dos que têm renda mensal familiar de 2 a 5 salários mínimos (66%).
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No Nordeste, onde a presidente obteve expressiva votação por sua reeleição, em outubro de 2014, só 16% aprovam seu governo atualmente, enquanto os que acham ruim/péssimo correpondem a 55% dos entrevistados.
Além disso, a atual nota média de Dilma é 3,7, a pior desde a sua chegada ao poder, em 2011.
A insatisfação também aumentou em redutos petistas tradicionais. Conforme destaca o diretor-geral do Datafolha Mauro Paulino e o diretor de pesquisas Alessandro Janoni, com exceção dos simpatizantes do PT e de seus próprios eleitores, todos os demais segmentos socioeconômicos, políticos ou demográficos reprovaram majoritariamente o desempenho de Dilma.
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Mesmo nos estratos que foram mais beneficiados pelas políticos sociais do governo. Assim, pela primeira vez, a maioria dos que têm menor renda e menor escolaridade classifica sua gestão como ruim ou péssima.
Uma outra má notícia é que o pessimismo econômico vem aumentando de forma expressiva. O pessimismo dos brasileiros com o futuro próximo da economia do Brasil aumentou ainda mais e atingiu 60%, nível mais alto desde dezembro de 1997, quando a pergunta começou a ser feita pelo Datafolha. Este número superou o recorde de 55% registrado em fevereiro.
Cerca de 69% dos entrevistados acreditam que o desemprego tende a aumentar, embora 61% achem que não correm risco de ser demitidos. Já 77% acham que a inflação aumentará, contra 81% em fevereiro, dentro do limite da margem de erro.
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E, para a LCA, as perspectivas destes números ainda são de piora. O motivo? A situação econômica, que tende a se contrair, acompanhada pela elevação do desemprego.