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SÃO PAULO – O ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras, Renato Duque está na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, na manhã de hoje (19), mas disse que permanecerá calado. “Pela orientação da minha defesa, permanecerei calado”, respondeu Duque como resposta a perguntas feitas durante a CPI. As perguntas continuaram e Duque respondeu: “não pensei que fosse tão difícil permanecer calado”.
O depoimento de Duque começou por volta das 10h40 (horário de Brasília), na comissão, ele disse que exerceria o direito previsto no Artigo 5º da Constituição que dá o direito aos presos de permanecerem em silêncio. “Não posso dizer que é um prazer estar aqui, mas uma obrigação e, por orientação da minha defesa técnica na condição de investigado, estou exercendo o meu direito constitucional ao silencio, reservando-me a responder ao Judiciário todas as acusações que foram feitas contra mim”, reiterou.
Duque foi preso na segunda-feira (16) pela Polícia Federal, durante a deflagração da 10ª Fase da Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro, em um condomínio na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, enquanto tomava café com a família. Na casa do ex-diretor da Petrobras foram apreendidas mais de cem obras de arte, além de relógios e canetas. Após a prisão, ele foi transferido para Curitiba.
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Com a prisão, houve dúvidas a respeito do depoimento de Duque na comissão. Um ato da Mesa diretora da Câmara de 2006 proíbe depoimentos de presos nas dependências da Casa. Em razão disso, a CPI chegou a solicitar ao juiz Sérgio Moro ouvir Renato Duque nas dependências da Polícia Federal ou do Ministério Público Federal, em Brasília.
Moro chegou a acatar o pedido da CPI, marcando o depoimento de Duque para o auditório da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu suspender o ato para permitir que o ex-diretor de Serviços da Petrobras preste depoimento na CPI, nas dependências da Casa. O avião da Polícia Federal que trouxe o ex-diretor de serviços da Petrobras chegou a Brasília por volta de 09h40.
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Na segunda-feira, o Ministério Público Federal denunciou o ex-diretor Renato Duque e mais 26 pessoas por lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha.
Ao decretar a prisão preventiva de Duque, o juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância, afirmou que, mesmo após a deflagração da operação, o ex-diretor continuou cometendo crime de lavagem de dinheiro, ocultando os valores oriundos de propina em contas secretas no exterior, por meio de empresas offshore.
(Com Agência Brasil)