“Saúde caminha para colapso”, diz ministro da Saúde ao Estadão

“Estando eu à frente do Ministério da Saúde, ou qualquer outro gestor público, com mais ou menos experiência, com mais ou menos compromisso, o que se aponta é uma situação inadmissível”, afirmou o ministro da Saúde

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ministro da Saúde Arthur Chioro – que deve sair em breve do governo em meio às negociações do governo Dilma Rousseff para ter um nome no PMDB na pasta – fez um diagnóstico bastante preocupante sobre a situação da saúde do Brasil. 

Segundo ele, por falta de dinheiro, o atendimento público de saúde pode entrar em colapso no próximo ano. “Estando eu à frente do Ministério da Saúde, ou qualquer outro gestor público, com mais ou menos experiência, com mais ou menos compromisso, o que se aponta é uma situação inadmissível”, afirmou o ministro da Saúde.

Para o ministro, aprovado o Projeto de Lei Orçamentária da forma como foi enviado ao Congresso, os recursos para pagar despesas hospitalares, ambulância e atendimentos médicos chegariam ao fim em setembro de 2016. Assim, haveria três meses descobertos. 

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“Não temos neste momento, da maneira como o Projeto de Lei Orçamentária foi encaminhado para o Congresso, recursos suficientes para financiar ações de média e alta complexidade. A verba termina em outubro. Essa é uma situação que nunca foi vivida pelo Sistema Único de Saúde nos seus 25 anos. Ela aponta para um verdadeiro colapso na área”, afirmou Chioro.

O ministro aponta para um problema de financiamento estrutural, o que leva a uma”situação inadmissível”. Ele aponta, como alternativa, a possibilidade de reestruturação do uso de recursos do DPVAT (Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres).

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.