Vamos fazer de tudo para que Lula volte, diz ex-ministro Gilberto Carvalho

Ao Valor, Carvalho afirmou que o PT deve fazer um "mea culpa" pelos erros cometidos, mas sem "autoflagelo" ou esperar pelo perdão instantâneo da sociedade

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em entrevista ao jornal Valor Econômico, um dos fundadores do PT e próximo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho avaliou que a atual crise econômica e política não inviabiliza a candidatura de Lula à presidência em 2018.  “Nós vamos fazer de tudo para que ele volte”, afirmou.

O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência afirmou que Lula é alvo da crise. “Sem Lula, para nós seria muito difícil [ganhar a eleição em 2018]”. O PT, segundo Carvalho, deve fazer um “mea culpa” pelos erros cometidos, mas sem “autoflagelo” ou esperar pelo perdão instantâneo da sociedade. “Aqueles que não gostam da gente não gostam e ponto. Com autocrítica ou sem”.

 Ele ainda afirmou que é contra os petistas condenados por corrupção serem expulsos do partido, afirmando “ser sadismo além da conta”. 

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Em entrevista no final de outubro para a TV Brasil, Gilberto Carvalho afirmou que o PT errou ao se envolver em escândalos de corrupção e que está pagando por isso. Para ele, o partido “tem que sofrer”. “É duro ser apontado na rua, chamado de bandido, ter companheiros presos. Temos nossa cota de responsabilidade, temos que sofrer. Mas a grande pergunta é: por que os vazamentos da Operação Lava Jato só saem nas questões do PT? Os vazamentos estão sendo seletivos ou os interrogatórios são parciais? De qualquer forma, isso é errado”.

O ex-ministro disse ainda que a operação da Polícia Federal, que investiga pagamentos de propina na Petrobras, está “desmontando um processo oligopólico que sempre existia no Brasil”. Ele ressaltou que se essa estrutura de corrupção deixar de existir, então não “tem problema” o partido passar pelo que está passando.

(Com Agência Brasil) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.