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SÃO PAULO – O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, afirmou nesta segunda-feira (15) que as próximas eleições municipais poderão contar com recursos desviados da Petrobras. A fala veio durante o anúncio da criação de uma área de Inteligência no Tribunal Superior Eleitoral, cuja presidência será dele mesmo.
“Essa é uma questão delicada sobre a qual vamos ter que discutir. Se de fato houve apropriação de recursos ilícitos em montantes muito significativos pode ser que esses recursos venham para as eleições na forma de caixa 2 ou até na forma disfarçada de caixa 1″, alertou Mendes, citando que haverá doações de pessoas físicas no pleito.
O ministro ainda criticou o veto às empresas de fazerem repasses nas campanhas, mas não citou nenhum partido, falando apenas sobre o esquema de propinas na estatal petrolífera investigado pela Operação Lava Jato.
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O ministro lembrou do seu voto no Supremo no ano passado contra a proibição imposta às pessoas jurídicas de doarem aos políticos. “Se ele [PT] gastou na campanha presidencial [de 2014, quando Dilma Rousseff foi reeleita] R$ 360 milhões, então tem dinheiro para campanhas aí até 2038, não é? Precisamos olhar isso com cuidado”, alertou. Apesar do esforço, para Gilmar Mendes, “certamente haverá métodos, tentativas de burlar a legislação” nas eleições.