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SÃO PAULO – As negociações de salários praticadas nos ramos bancário, de comunicação, publicidade e jornalismo e de agentes autônomos do comércio puxaram para cima o percentual de aumento salarial registrado no setor de serviços, de acordo com pesquisa anual do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que analisou 646 acordos realizados em 2007.
Apenas cinco unidades de negociação, pertencentes aos segmentos de cultura física (clubes esportivos) e de prestação de serviços a terceiros, não conseguiram acordar pisos salariais em valor superior a 1,5 salário mínimo.
Outros setores
Já no comércio, conhecido como a “porta de entrada” de muitos jovens no mercado de trabalho, 85% das 102 unidades de negociação asseguraram pisos salariais equivalentes a, no máximo, 1,5 salário mínimo. Na indústria, por sua vez, três dos 14 segmentos observados alcançaram ou superaram, em mais da metade das negociações realizadas, o patamar de 1,5 salário mínimo.
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O setor que registrou resultados menos favoráveis foi o rural, com 90% dos pisos acordados superando em, no máximo, 25% o valor do salário mínimo. Não há registro de valores que tenham excedido 1,5 salário mínimo.
Veja, no quadro abaixo, o total de pisos salariais negociados e resultados e iguais e superiores a 1,5 salário mínimo, por setor e ramo de atividade econômica:
Setor/ramo | Total | Nº de pisos iguais ou superiores a 1,5 salário mínimo |
Percentual de pisos iguais ou superiores a 1,5 salário mínimo |
Indústria | 308 | 71 | 23,1% |
Comércio | 102 | 15 | 14,7% |
Serviços | 208 | 62 | 29,8% |
Trabalhadores rurais | 28 | zero | zero |
Média salarial
No geral, os melhores pisos salariais são encontrados no setor de serviços, onde a média corresponde a 1,53 salário mínimo. Puxam a média para cima os segmentos de comunicação, publicidade e jornalismo, bancário, transportes, segurança e vigilância e serviços de saúde.
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No comércio, a média dos pisos salariais correspondeu a 1,31 salário mínimo. A menor média corresponde aos acordos de trabalhadores do comércio atacadista e varejista – 1,16 salário mínimo nacional.
Uma análise das 308 unidades de negociação que compõem o painel do setor industrial indica um cenário bastante diversificado. O piso mais elevado foi negociado no segmento metalúrgico (R$ 3.230). Em outros cinco segmentos, entretanto, o valor dos menores pisos correspondeu a um salário mínimo. É o caso de alimentação, construção e mobiliário, metalúrgico, vestuário e urbano (empresas de energia elétrica e de purificação e distribuição de água).
Salário mínimo necessário
O SMN (salário mínimo necessário) é o valor estimado mensalmente pelo Dieese, com base no custo da cesta básica de alimentos e nas demais despesas do orçamento de uma família formada por dois adultos e duas crianças, capaz de atender às necessidades previstas na Constituição Federal.
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A correspondência entre o SMN e o salário mínimo oficial tem sido estável nos últimos dois anos. Após a redução da diferença entre esses dois valores, de 2005 para 2006 (quando a média anual caiu de 5,29 salários mínimos para 4,46), essa razão tem se mantido, mês a mês, em patamares muito próximos.
Entre janeiro de 2006 a dezembro de 2007, a menor razão foi de 4,10 (julho de 2006) e a maior, de 4,99 (janeiro de 2006).