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SÃO PAULO – Além da China, os próprios usuários de iPhones são culpados pela redução na expectativa de receita da Apple para este trimestre. Ao menos é isso que diz a carta de Tim Cook a investidores que vem derrubando as bolsas mundiais nesta quinta-feira (3).
“Alguns clientes tiraram vantagem do preço significativamente reduzido para trocas de baterias dos iPhones”, diz um trecho do texto. Ao longo de 2018, a Apple substituiu baterias de aparelhos fora do período de garantia por US$ 29 (US$ 50 a menos que o padrão). No Brasil, a substituição custou R$ 150 até 31 de dezembro.
A promoção foi anunciada para iPhones 6 ou posteriores, depois de a empresa admitir que a capacidade de seus celulares era reduzida propositalmente em modelos mais antigos com a atualização de software. Aparentemente, o número de pessoas que fizeram uso dessa promoção foi suficiente para diminuir as vendas dos novos modelos.
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A empresa em si perdeu US$ 56 bilhões em valor de mercado antes da abertura das negociações em bolsa nesta manhã, enquanto as ações de tecnologia da Europa despencavam e os índices chineses caíam quase 1%. O índice Nasdaq pode abrir em queda de 2,77%, ante baixas mais suaves de 1,63% para o S&P e 1,53% para o Dow Jones.
O que diz a carta
Até o início do ano, a Apple dizia esperar receita entre US$ 89 bilhões e US$ 93 bilhões para os três primeiros meses deste ano. O valor foi atualizado para US$ 84 bilhões. As demais estimativas permaneceram inalteradas.
Segundo Cook, a principal razão para a mudança brusca é a queda nas vendas na China – um de seus principais mercados.
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O que dizem os críticos
Para analistas, porém, a Apple vem ignorando outro problema: os preços de seus celulares. Há 2 anos, os lançamentos topo de linha da empresa vêm com preços acima de grande parte da concorrência – o que é nítido na China. O mesmo vem ocorrendo com a Samsung.
À Reuters, Kiranjeet Kaur, da empresa de pesquisa de mercado IDC, diz que parte da razão para a perda do mercado tem relação com os preços dos iPhones acima de US$ 1.000. “Isso é quase três vezes o valor dos celulares de outras fabricantes que compreendem o mercado de massas”.
O mercado de smartphones em geral viu queda no tigre asiático em 2018. As empresas que mais perderam foram a própria Apple e a rival sul-coreana, enquanto fabricantes chinesas tiveram desempenho melhor.
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