Conheça as maiores causas de fracasso das startups – e saiba como evitá-las

Estima-se que atualmente existam cerca de 62 mil empreendedores e 6 mil startups no país - mas muitos enfrentam problemas logo no começo  

Mariangela Castro

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SÃO PAULO – Abandonar os trabalhos formais para empreender é desejo cada vez maior de muitos jovens brasileiros. Se, em 2012, 2519 startups estavam cadastradas na Associação Brasileira de Startups (ABStartups), em 2017 este número cresceu para 5147.

Estima-se que atualmente existam cerca de 62 mil empreendedores e 6 mil startups no país.

No entanto, apenas uma parcela pequena dessas empresas prospera. Um estudo realizado pela Nelm Advogados mostra que a maior causa de fracasso das startups é desentendimento entre os sócios. Na maioria das vezes, essas diferenças acontecem por questões que não foram definidas em contrato.

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Além disso, das 108 startups entrevistadas, apenas 46% assinaram um acordo de sócios. Eduardo Matias, societário da Nelm Advogados, explica que todas atribuições devem ser colocadas no papel ao inaugurar uma empresa, inclusive como serão os direitos da ideia caso a startup termine.

A segunda maior causa de fracasso diz respeito a dificuldade de captar investimentos. “Percebemos que existe um desconhecimento sobre os aspectos jurídicos relevantes a este modelo de negócio. O problema não é a falta de dinheiro no mercado, e sim a falta de conhecimento das modalidades existentes para captar esse dinheiro”, explica Matias.

“Existem várias formas de conseguir mais investimentos: chamar um novo sócio, emitir ou solicitar um empréstimo que vai ser convertido em participação societária, fazer um crowdfunding. O problema é que a maioria dos empreendedores não conhece essas formas.”

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O mesmo acontece com os investidores. Segundo a pesquisa, 77% deixam de aplicar seu dinheiro em startups por receio dos riscos gerais do negócio.

A terceira causa do fracasso consiste na falta de conhecimento da regulação e legislação específica da área de atuação da empresa. Uma startup de enfermagem, por exemplo, deve sempre se alertar as mudanças legais na área de saúde.

Pensando nisso, a Nelm Advogados criou um guia com os aspectos legais das startups. “Queremos estimular esse ecossistema de investimentos, se você não sabe como registrar sua empresa, como deve ser a tributação e o relacionamento com colaboradores, ou o que é Marco Jurídico Regulatório, vai ser mais difícil fazer sua ideia ir para frente”, explica Matias.

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A pesquisa realizada foi respondida por 108 startups brasileiras, parceiras do escritório. Seu objetivo era mapear as principais dificuldades que este ecossistema enfrenta. “O que percebemos é que existem muitas startups que precisam de investimento e muita gente que quer investir mas não faz ideia de como começar. O empreendedor não sabe buscar dinheiro e o investidor não sabe como se proteger dos riscos.”

Ainda segundo a pesquisa, 54% dos investidores afirmam ter sofrido com falta de informações sobre a melhor forma investir do ponto de vista societário e 38% gostariam de ter estruturado melhor seus investimentos do ponto de vista tributário.

Para Matias, essa vontade de investir vem do grande potencial de crescimento que as startups possuem e, consequentemente, grande possibilidade de retorno. “O crescimento exponencial está dentro do DNA desse tipo de negócio. Por isso conhecer os aspectos jurídicos é tão importante, o ganho pode ser muito grande.”

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