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SÃO PAULO – Enquanto a longevidade dos seres humanos cresce, a longevidade dos executivos cai assustadoramente, conta o diretor da BPI (empresa especializada em gestão de carreira) e professor do IBMEC-SP Gilberto Guimarães.
O mercado está assistindo a um festival mundial de demissões de CEOs. No varejo, no sistema financeiro, na indústria, nos serviços, a lei é uma só: ou ele consegue resultados de curto prazo, ou é trocado por novas promessas. Sempre existirá alguém que se julga capaz de promover uma reviravolta. Os CEOs entraram para o grupo de profissões de alto risco, ainda liderado pelos técnicos de futebol.
O que se espera de um CEO?
Afinal, o que as empresas querem do CEO? Segundo Guimarães, a resposta é, acima de tudo, velocidade. “Acionistas querem resultado rápido. Para conseguir isso, é preciso coragem para tomar decisões, escolher e descartar”.
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Ele afirma, também, que não há mais espaço para erros. “Não se pode errar. Para errar pouco, é preciso planejar, estar atento, observando, avaliando o que está acontecendo e o que vai alterar o futuro. É preciso aprender a antecipar. Como não dá mais para ser só, é preciso saber ouvir, conviver e influenciar”, aconselha.
O líder e a permanente incerteza
Para Guimarães, os líderes de hoje ainda não aprenderam a lidar com a permanente incerteza. O fato de viverem em meio a um cenário de instabilidade dificulta previsões. Não se sabe o que vai acontecer com os negócios e, por conseguinte, do que vai ser a evolução das carreiras dos colaboradores.
“As empresas devem se adaptar às evoluções do seu ambiente, enquanto que a gestão da carreira e das competências são atividades de longo prazo”, explica.
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Risco atinge todos os níveis hierárquicos
O diretor da BPI finaliza lembrando que, por mais que os CEOs sejam os que mais correm perigo nestes tempos de incerteza, existe uma aceleração do ritmo das empresas – ciclos de vida dos produtos, evoluções tecnológicas e organizacionais, mudanças sociais, para citar alguns exemplos – que afetam todas as áreas e funções de uma organização, expondo todos os funcionários, independentemente de seu nível na hierarquia.
“Todos devem estar preparados para enfrentar mudanças profundas e rápidas na natureza do trabalho. Além disso, as ansiedades e expectativas dos empregados devem ser, muito mais do que antes, levadas em conta, porque o descontentamento e as frustrações podem originar disfunções prejudiciais ao desempenho global da organização”.