Petrobras sobe 2% com política e petróleo; Vale e siderúrgicas disparam e bancos têm alta

Confira os destaques da Bovespa nesta terça-feira (12)

Lara Rizério

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Petrobras (PETR3, R$ 10,66, +2,30%;PETR4, R$ 8,56, +1,91%)
As ações da Petrobras registram um dia de alta de olho no noticiário político, com a votação do impeachment se aproximando, e também na cotação do petróleo, com o brent em alta de mais de 1%, a US$ 43,29, com o mercado atento a um acordo entre os produtores de petróleo. 

O noticiário da estatal também segue movimentado: a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo para analisar o uso da contabilidade de hedge pela Petrobras, conforme informa o jornal O Estado de S. Paulo. A investigação foi iniciada a pedido do ex-conselheiro da estatal, Mauro Rodrigues da Cunha. Ele pede que o órgão regulador do mercado de capitais determine à companhia que refaça as demonstrações financeiras de 2013 a 2015, por considerar a adoção da política contábil equivocada e capaz de induzir o investidor a erro ao interpretar a realidade econômica da estatal.

Sem o hedge contábil a última linha do balanço da estatal nos últimos anos seria possivelmente pior, o que deve ocorrer caso a CVM determine o recálculo das demonstrações.

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Destaque ainda para a notícia da Folha de S. Paulo de que o TST (Tribunal Superior do Trabalho) analisa esqueleto trabalhista da Petrobras, referente ao pagamento de adicional de periculosidade e de insalubridade para empregados que trabalham em áreas de risco. A derrota pode custar à estatal R$ 11,5 bilhões, segundo projeção feita em seu balanço mais atual, do quarto trimestre de 2015. As estimativas internas falam, contudo, em perdas de até R$ 20 bilhões. 

Além disso, a companhia exportou em março uma carga de 50 milhões de litros de diesel para a Argentina, a primeira grande exportação do combustível neste ano, uma forma de a empresa lidar com a fraqueza do mercado interno, afirmou fonte da empresa à Reuters. Apenas essa carga exportada representaria o maior volume mensal de diesel vendido pelo país ao mercado externo desde março de 2014, quando o Brasil exportou 59,9 milhões de litros, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Ainda que a Petrobras seja uma importadora líquida de petróleo e derivados, a estatal está atenta a oportunidades de exportação, acrescentou a fonte, na condição de anonimato, explicando que os negócios com o exterior ajudam a estatal a reduzir o excedente, em momento em que as vendas de combustíveis estão em retração no Brasil, afetadas pela recessão. “Estamos sempre olhando e tentando abrir novas janelas e oportunidades. Achamos que pelas condições que temos de preço, frete e logística, o Atlântico Sul, na parte mais baixa (do Atlântico Sul), é uma oportunidade”, disse a fonte.

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Em fevereiro deste ano, o Brasil exportou apenas 500 mil litros de diesel, segundo a ANP, enquanto o volume de março, segundo a fonte, representaria mais 60 por cento de todo o combustível exportado em 2015 (81,2 milhões de litros).

Vale e siderúrgicas
Em destaque de alta nesta sessão, estão as ações da Vale (VALE3, R$ 17,70, +4,30%; VALE5, R$ 13,25, +3,52%) e de siderúrgicas como a CSN (CSNA3, R$ 9,54, +6,35%), Gerdau (GGBR4, R$ 7,50, +4,60%) e Usiminas (USIM5, R$ 1,85, +3,35%). Hoje o dia foi novamente de alta para o minério de ferro, com o preço da commodity em Qingdao subindo 4,36%, a US$ 59,22 a tonelada métrica.  

Bancos
As ações de bancos registram ganhos nesta data, também de olho no cenário político nacional. Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 21,78, +1,11%), Bradesco (BBDC3, R$ 31,87, +2,34%; BBDC4, R$ 28,57, +2,07%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 32,50, +2,01%) sobem entre 1% e 2%. 

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Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 47,60, +0,42%) e Via Varejo (VVAR11, R$ 5,80, +4,88%)
As ações do Pão de Açúcar têm leve alta e da Via Varejo disparam em dia de divulgação da prévia operacional do primeiro trimestre, que mostrou um cenário bastante desafiador para as companhias do setor de varejo. 

A receita líquida do Grupo Pão de Açúcar avançou 3 por cento, a 17,8 bilhões de reais, no primeiro trimestre sobre um ano antes, informou a varejista nesta terça-feira. A receita líquida consolidada na categoria mesmas lojas teve avanço de 0,8 por cento, com queda de 11,8 por cento na rede de lojas de eletrodomésticos e móveis Via Varejo.

Direcional (DIRR3, R$ 5,97, +1,36%)
A Direcional Engenharia vê suas ações registrarem alta de cerca de 1%. A companhia informou que fez lançamentos no valor de R$ 101 milhões no primeiro trimestre de 2016, com um total de 488 unidades. No período, as vendas líquidas totalizaram Valor de Geral de Vendas de R$ 118 milhões, representando aumento de 226% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Como consequência, a velocidade de vendas, medida pelo indicador VSO (Vendas sobre Oferta), atingiu índice de 10,9%.

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 Nos primeiros três meses do ano, as vendas brutas atingiram R$ 207 milhões, crescimento de 112% quando comparado com mesmo período de 2015. Por outro lado, os distratos ficaram em R$ 89 milhões.

O BTG Pactual destacou em relatório que os dados vieram em linha com o esperado, destacando que os cancelamentos continuam sendo um destaque negativo, atingindo R$ 89 milhões. O banco reitera compra para as ações da companhia por conta do valuation atrativo e da baixa alavancagem. 

Sabesp (SBSP3, R$ 24,45, +1,88%)
As ações da Sabesp registram alta nesta terça-feira. A empresa anunciou nesta segunda-feira que irá reajustar em 8,4478% as tarifas a partir do dia 12 de maio. O reajuste foi aprovado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp).

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Papel e celulose
As ações do setor de papel e celulose têm alta com dólar subindo (as ações do setor são beneficiadas uma vez que têm boa parte da receita em dólar) e ainda repercutindo dados do setor. As ações da Suzano (SUZB5, R$ 11,23, +2,65%) e Fibria (FIBR3, R$ 28,58, +1,89%).

Saíram nesta manhã os dados do FOEX com os preços que podem mexer com o setor de papel e celulose, que trouxeram preço de hardwood na China flat enquanto na Europa caiu mais US$9-10 a tonelada. A RISI (consultoria do setor) soltou ontem o relatório mensal comentando que os preços já estão bem próximos de um piso na China e que deve começar a incentivar aumento de importação e substituição de fibra. O BTG destaca que os preços na Europa tem sido mais resilientes do que os da China.

Embraer (EMBR3, R$ 21,36, +1,42%)
Com a alta do dólar e noticiário da companhia, a Embraer sobe mais de 1% hoje. A Embraer assinou pedido firme com a Horizon Air para 30 jatos E175 que voarão pela Alaska Airlines, com opções de compra para outras 33 aeronaves do mesmo modelo, informaram as empresas nesta terça-feira.

Se todas as opções forem exercidas, o valor do contrato é de 2,8 bilhões de dólares com base em preços de lista dos aviões. A quantia será incluída na carteira de pedidos do segundo trimestre deste ano, disse a Embraer. As ações da fabricante brasileira subiam 2 por cento, em linha com o comportamento do Ibovespa.

O início das entregas está programado para o segundo trimestre de 2017. De acordo com a Horizon Air, subsidiária do Alaska Air Group, a encomenda será entregue ao longo de três anos.

Oi (OIBR4, R$ 0,95, -5,05%)
Como uma das únicas quedas desta sessão, estão as ações da Oi, que caem mais de 5%.  

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.