Moody’s corta rating de 29 bancos; 11 balanços, americanos de olho na Oi e mais notícias

Em destaque, também está a perspectiva por mudança em companhias aéreas; Moody's também cortou o rating de outras empresas, como Ambev e Fibria

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Se o noticiário lá fora está bastante movimentado, o cenário corporativo desta sexta-feira (26) também é movimentado, com destaque para a bateria de resultados e os diversos cortes de rating feito pela Moody’s para empresas brasileiras. Confira as principais notícias do dia:

Oi
A Telecom Italia, dona da TIM Participações (TIMP3), descartou a fusão com a Oi (OIBR4). Com isso, a operadora brasileira está no radar de dois fundos americanos de investimento, o Cerberus e o Elliot, segundo informações da Folha de S. PauloAmbos têm interesse em comprar a Oi, mas, para isso, é preciso que o contrato de exclusividade assinado entre a operadora brasileira e o fundo de investimento russo LetterOne não seja renovado. O prazo vence em maio.

Aéreas
Segundo a Folha, o governo anunciará nas próximas semanas proposta para elevar o limite de participação de capital estrangeiro nas empresas aéreas dos atuais 20% para até 49%. A medida é parte da estratégia da equipe econômica de tentar conter a forte retração econômica e vem sendo tocada paralelamente às iniciativas para reequilibrar as contas públicas. As maiores empresas do setor têm registrado prejuízo em suas operações, o que, teme o governo, pode levar a um processo de aumento no preço das passagens aéreas.

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Moody’s
Na esteira do corte de rating soberano na quarta feira de Baa3 para Ba2, a Moody’s cortou o rating de diversas companhias brasileiras. O rating da BRF (BRFS3) foi cortado de Baa2 para Ba1, com perspectiva negativa, enquanto o da Fleury passou de Ba1 para Ba2, com perspectiva negativa. O rating da Fibria (FIBR3) foi rebaixado de Baa2 para Ba1, enquanto o da Ambev (ABEV3) passou de Baa1 para Baa3. A Braskem (BRKM5) teve seu rating cortado de Baa2 para Ba1. A Ultrapar (UGPA3) foi cortada em dois degraus, de Baa2 para Ba1. 

A agência fez também ações de rebaixamento de rating para 30 bancos brasileiros e para a BM&F Bovespa, assim como para seguradoras, resseguradoras e companhias de infraestrutura nas áreas de água, energia e transportes, todos com perspectiva negativa. Dentre os bancos, estão Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco, Itaú Unibanco e BNDES. O rating de longo prazo em escala global das notas seniores não asseguradas da BM&FBovespa foi rebaixado de Baa2 para Ba1, com perspectiva negativa.

O rating de longo prazo em escala global das notas seniores não asseguradas da BM&FBovespa foi rebaixado de Baa2 para Ba1, com perspectiva negativa.

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A agência modificou os ratings de depósito de longo prazo em moeda global das seguintes companhias:

Petrobras
A Petrobras (PETR3;PETR4) iniciou negociações para alienação da nova Transportadora Sudeste, segundo comunicado ao mercado.  “Porém, não há até o momento qualquer acordo firmado que confira segurança quanto à conclusão da transação, nem deliberação por parte da Diretoria Executiva ou do Conselho de Administração da Petrobras”, informou, afirmando que “fatos julgados relevantes sobre o tema serão tempestivamente  divulgados ao mercado”

Cetip 
Os maiores acionistas da Cetip (CTIP3) estão dispostos a aceitar a maior parte dos termos da oferta de aquisição não solicitada da rival BM&FBovespa, disseram três fontes familiarizadas com o tema à Reuters. Segundo as fontes, que pediram para ficar anônimas porque as deliberações sobre a questão permanecem privadas, alguns membros do conselho da Cetip querem que a BM&FBovespa limite o alcance do trabalho de due diligence. A oferta da BM&FBovespa, revelada na semana passada, avalia a Cetip em 10,8 bilhões de reais.

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Embora o conselho se sinta “confortável” com a proposta de 41 reais por ação que a BM&FBovespa apresentou, alguns membros gostariam de ver uma leve melhora na oferta, disse a primeira fonte. Uma possibilidade seria permitir que acionistas da Cetip recebam juros pela Selic sobre o preço por ação oferecido em uma data anterior, até que o acordo seja concluído, disse a fonte. As fontes afirmaram que a Cetip pretende dar uma resposta à BM&FBovespa, décima maior bolsa do mundo em valor de mercado, a partir da semana que vem. A companhia divulga seu resultado do quarto trimestre em 3 de março.

“Acreditamos que a probabilidade dos acionistas da Cetip aceitarem é grande, dado o múltiplo que está sendo oferecido pela BM&FBovespa. Além da operação fazer todo sentido”, afirma a XP Investimentos. 

Eletropaulo
Erros em indicadores de qualidade da distribuidora de energia Eletropaulo (ELPL3ELPL4) que fizeram a empresa provisionar 152 milhões de reais nos últimos dois balanços trimestrais foram vistos como “grosseiros” pela fiscalização do regulador estadual e derrubaram o diretor de Operações da empresa em 2015, segundo duas fontes e documentos vistos pela Reutes. A companhia foi multada em 77 milhões de reais pela agência paulista Arsesp, sendo uma infração de 31,5 milhões no final de 2015 e uma de 45,7 milhões em janeiro deste ano, por má qualidade e falhas nos dados que medem duração e frequência de blecautes.

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BRF
A BRF (BRFS3) teve lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no quarto trimestre, avanço de 42,8% sobre o mesmo período do ano anterior, informou na noite de quinta-feira. A maior exportadora de carne de frango do mundo teve Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,885 bilhão, alta de 7% na base de comparação anual. A companhia aprovou dividendos complementares de R$ 0,121749293 por ação. 

Segundo o Credit Suisse, o resultado foi forte e acima do esperado, destacando a margem Ebitda consolidada bastante acima do consenso, devido à alta da margem das operações internacionais. “A BRF está no caminho para entregar margens saudáveis no próximo trimestre, devido à combinação do mercado de exportação ainda forte (real mais depreciado), aumento de preços no Brasil, estabilização do preco de grãos e maturação das aquisições recentes”, ressalta o Credit, que segue com recomendação outperform. 

Queiroz Galvão
A Queiroz Galvão e Participações (QGEP3) comunicou que retificará o procedimento contábil atual adotado de registro do impacto da variação do dólar nas suas provisões de abandono. O efeito da variação cambial sobre a provisão de abandono, que vinha sendo contabilizado como resultado financeiro líquido até então, passará a ser registrado no respectivo ativo imobilizado, impactando a amortização no período. Esta pratica contábil está em linha com a interpretação do CPC 25 (Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes) e ICPC 12 (Mudanças em Passivos por Desativação, Restauração e Outros Passivos Similares).

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Multiplus
A administradora de programas de fidelidade Multiplus (MPLU3) teve um lucro de R$ 125,7 milhões no quarto trimestre de 2015, um aumento de 50% em relação aos R$ 83,6 milhões do mesmo período do ano anterior, mas menos do que os R$ 144,8 milhões registrados no terceiro trimestre de 2015. Já a receita líquida foi de R$ 580,6 milhões no 4T15, 22% maior do que a registrada no último trimestre de 2014, que foi de R$ 476,1 milhões e 0,9% menor do que a vista no 3º trimestre do ano passado, que foi de R$ 586,2 milhões.  

Grendene
A fabricante de calçados Grendene (GRND3) teve um lucro de líquido de R$ 240,3 milhões no quarto trimestre de 2015, um crescimento de 22,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o lucro foi de R$ 195,9 milhões. Já o Ebitda (Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações, na sigla em inglês) da companhia foi de R$ 183,3 milhões no 4T15, uma queda, quando comparado aos R$ 187,1 milhões do quarto trimestre de 2014. A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 674,9 milhões no último trimestre do ano passado, contra os R$ 740,4 milhões do último trimestre do ano anterior, representando um recuo de 8,9%. 

Iochpe-Maxion
A Iochpe-Maxion (MYPK3), que opera no segmento de autopeças, teve um prejuízo líquido de R$ 16,6 milhões no quarto trimestre de 2015, após fazer um lucro líquido de R$ 40,2 milhões no mesmo período do ano passado. O Ebitda da companhia foi de R$ 164,1 milhões, no último trimestre do ano passado, uma queda de 9,6% em relação ao último trimestre de 2014. Já a receita líquida foi de R$ 1,836 bilhão no 4T15, um aumento de 24,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

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CCR
A empresa de concessões de infraestrutura CCR¨(CCRO3) teve queda no lucro do quarto trimestre, afetada por menor tráfego em estradas que administra e maior custo do serviço da dívida. A empresa informou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de R$ 244,8 milhões no quarto trimestre, queda de 36,2% ante mesmo período de 2014. O resultado operacional da CCR medido pelo Ebitda ajustado ficou em R$ 984,5 milhões, recuo de 4,1% na comparação ano a ano. A margem Ebitda ajustada caiu 9 pontos percentuais, para 58,2%.

Hering
A varejista de moda Cia Hering (HGTX3) vê incertezas no desempenho das vendas nos próximos trimestres sob impacto do ambiente econômico, depois de que seu lucro líquido caiu 24% nos últimos três meses de 2015, período considerado o mais importante para o comércio. A companhia anunciou nesta quinta-feira lucro líquido de R$ 83 milhões no quarto trimestre, queda de 23,9% na comparação com o mesmo período de 2014, enquanto no fechado do ano o recuo foi de 11,8%, a R$ 281,2 milhões.

De acordo com o BTG Pactual, o resultado da companhia foi pior do que o esperado, destacando que não houve recuperação das vendas, enquanto a deterioração do Ebitda foi pior do que a esperada. Além disso, a queda do ROIC (Retorno sobre o capital investido) também é bastante preocupante. 

Lojas Marisa
A Lojas Marisa (AMAR3) registrou lucro líquido de R$ 16,7 milhões no quarto trimestre, ante resultado de R$ 43,8 milhões no mesmo período do ano passado. A receita líquida foi de R$ 791,1 milhões, ante estimativa de R$ 959,3 milhões. O Ebitda foi de R$ 108,9 milhões acima dos R$ 101,5 milhões esperados.  

“A administração da companhia acredita que apesar dos fracos resultados do exercício, o ano de 2015 foi um importante momento de ajustes para a Marisa”, segundo comunicado. “Tais ajustes, tomados antecipadamente e de forma proativa, mais que nos preparar para mais um ano desafiante no ambiente de consumo brasileiro, devem também acelerar o processo de recuperação da eficiência e da consistência operacionais, indispensáveis para a retomada do crescimento”.

Queiroz Galvão 
A QGEP Participações (QGEP3) comunicou que retificará o procedimento contábil atual adotado de registro da variação cambial da moeda norte americana em relação às suas provisões de abandono. O efeito da variação cambial sobre a provisão de abandono, que vinha sendo contabilizado como resultado financeiro líquido até então, passará a ser registrado no respectivo ativo imobilizado, impactando a amortização no período. Esta pratica contábil está em linha com a interpretação do CPC 25 (Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes) e ICPC 12 (Mudanças em Passivos por Desativação, Restauração e Outros Passivos Similares).

Os ajustes contábeis em decorrência desta retificação estarão refletidos nas demonstrações financeiras do exercício do quarto trimestre, bem como nas demonstrações financeiras comparativas a serem reapresentadas referentes aos exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e de 2013.  

Rumo
A Rumo (RUMO3) divulgou prejuízo líquido de R$ 162,7 milhões no quarto trimestre, ante estimativa ajustada de R$ 128,8 milhões. A receita líquida foi de R$ 1,25 bilhão, alta de 29% na comparação anual, ante estimativa de R$ 1,26 bilhão. O Ebitda somou R$ 467,9 milhões.

Technos
A Technos (TECN3) registrou um lucro líquido ajustado de R$ 15,6 milhões no quarto trimestre, uma queda de 55,4% na comparação anual, enquanto a receita líquida somou R$ 165 milhões, queda de 9,5%. O Ebitda ajustado caiu 29,0% no quarto trimestre de 2015, com perda de 6,4 p.p. de margem Ebitda ajustada, ano contra ano.

“O quarto trimestre de 2015 continuou a tendência observada no trimestre anterior e se mostrou um período difícil, com queda de vendas e perda de margem bruta. A desaceleração da economia afetou o comércio de modo generalizado e atingiu nossos clientes, onde observamos níveis de sell out mais baixos que o ano anterior. Observamos queda de vendas nas lojas especializadas e especialmente em magazines. Nossas operações de varejo tiveram um resultado positivo e cresceram em linha com nossa expectativa, fruto da abertura de novos pontos de venda e da melhoria da gestão destes canais que levou ao crescimento de vendas ‘mesmas lojas'”, afirmou a companhia. 

JSL
A JSL (JSLG3) divulgou dados não auditados do quarto trimestre de 2015, com um crescimento de R$ 7,5% na receita bruta total, para R$ 1,7 bilhão. Houve um aumento de 77% na venda usual de ativos, atingindo R$ 875 milhões.

BTG Pactual
O BTG Pactual (BBTG11) informou que “continua em negociações exclusivas com a CNP Assurances para a aquisição da totalidade da participação do BTG Pactual nas sociedades Pan Seguros e Pan Corretora”, segundo comunicado em resposta a pedido da BM&FBovespa por esclarecimentos. O “BTG Pactual esclarece que não há informações adicionais relevantes a serem divulgadas no momento sobre a evolução das negociações”. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.