Vale afunda 16% em 6 pregões; JBS corrige derrocada recente com alta de 7%

Confira os principais destaques da Bolsa nesta quarta-feira (2)

Paula Barra

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Vale e siderúrgicas
Em meio à forte queda dos preços do minério de ferro, com a commodity negociada no porto de Qingdao fechando em queda de 2,63%, a US$ 41,13 a tonelada, as ações de Vale (VALE3, R$ 12,55, -2,26%; VALE5, R$ 10,25, -1,16%) e siderúrgicas registram queda nesta sessão. Gerdau (GGBR4, R$ 5,71, -3,55%), CSN (CSNA3, R$ 4,89, -4,86%) e Usiminas (USIM5, R$ 1,95, -3,94%) são destaque de baixa do índice. 

No caso da Vale, essa queda marca a quinta vez em seis pregões que ações PNs da mineradora ficam no negativo, acumulando no período queda de quase 16%. Já desde o dia 5 de novembro, quando ocorreu a tragédia da Samarco, em Mariana, os papéis da companhia já afundam 26%, renovando menor patamar desde agosto de 2005. 

No radar da Vale, a companhia e a Samarco convidaram ontem a Advocacia-Geral da União (AGU) e as Procuradorias de Minas e Espírito Santo para uma reunião nesta quarta-feira, às 14h, em Belo Horizonte. As empresas vão se posicionar sobre a ação judicial de cobrança de R$ 20 bilhões de indenização pelo desastre em Mariana, Minas Gerais.

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Além disso, o Ministério Público já trabalha com a possibilidade de falência da Samarco por conta das despesas com reparação ambiental pelo rompimento da barragem da empresa no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, Minas Gerais, e estuda cobrar participação das duas controladoras da mineradora, Vale e BHP Billiton, na cobertura dos prejuízos.

BRF (BRFS3, R$ 55,72, -1,03%)
As ações da BRF caem após a companhia anunciar aquisições na Argentina, Reino Unido e Tailândia por US$ 496 milhões, dando prosseguimento a estratégia de globalizar suas operações. Apesar do movimento, a leitura dos analistas Pedro Galdi e Flávio Conde, da consultoria Whatscall, foi positiva. “A BRF continua sua estratégia de fortalecimento de operações no exterior, o que será importante para minimizar a redução de seus negócios no Brasil com a crise econômica e esta na formação de seu resultado consolidado”, comentaram.

 A maior exportadora de carne de frango do mundo adquiriu totalidade das ações ordinárias da tailandesa Golden Foods Siam por US$ 360 milhões de dólares, incluindo os ativos da companhia na Tailândia e na Europa; a totalidade das ações da Eclipse Holding Cooperatief UA, sociedade holandesa que controla a Campo Austral, na Argentina, por US$ 85 milhões; e, por fim, a Universal Meats por 34 milhões de libras esterlinas (US$ 51,2 milhões), no Reino Unido.

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BTG Pactual (BBTG11)
As units do BTG Pactual tiveram negociação suspensa na Bovespa até 14h desta quarta-feira, após a instituição informar pouco antes da abertura do pregão que o banqueiro André Esteves, preso desde a semana passada, deixou o controle do grupo em uma operação de troca de ações com os outros sete sócios do banco de investimentos.

Segundo comunicado divulgado na Agência Bovespa, a bolsa aguarda mais esclarecimentos sobre a alteração do controle acionário. A Agência Bovespa disse ainda que os participantes que desejarem poderão realizar o cancelamento das ofertas. 

JBS (JBSS3, R$ 12,53, +7,28%)
As ações da JBS sobem forte após cair 13% nos últimos 2 dias e ir para o menor patamar desde fevereiro deste ano. Segundo o economista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, o papel parece estar corrigindo a queda recente já que não apareceu nenhum fato novo no radar da empresa. 

No começo da semana, as ações da companhia caíram em meio a escândalo envolvendo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico). O TCU (Tribunal de Contas da União) encontrou indícios de que o apoio do BNDES ao frigorífico pode ter lesado o banco estatal em pelo menos R$ 847,7 milhões em empréstimos feitos entre 2006 e 2014.  

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Segundo coluna do Lauro Jardim, do jornal O Globo, da última terça-feira, o deputado Alexandre Baldy pediu ao TCU a íntegra da auditoria nos empréstimos do BNDES ao grupo JBS. Baldy acredita que ali pode haver fermento para estender a CPI do BNDES, já que sem isso a comissão termina essa semana.  

Ecorodovias (ECOR3, R$ 5,44, -2,51%)
As ações da Ecorodovias caem hoje após disparar quase 7% na véspera, em meio a rumores de que estrangeiros estariam interessados em uma participação na brasileira. Segundo fontes disseram à Reuters, a italiana Gavio e a francesa Vinci estariam numa lista reduzida para apresentar ofertas pelos 63,99% que a família Almeida possui na Ecorodovias através da holding de investimentos Primav. 

Smiles e Porto Seguro
Dentro do Ibovespa, as ações da Smiles (SMLE3, R$ 37,14, +4,44%) são destaque de alta. Fora do índice, as ações da Porto Seguro (PSSA3, R$ 35,41, +1,75%) sobem forte.

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A Smiles (SMLE3) teve sua recomendação elevada de manutenção para compra pelo Santander, enquanto a Porto Seguro teve a recomendação elevada de underperform para manutenção pelo mesmo banco. Os analistas da instituição destacam que possuem uma visão construtiva sobre as instituições finanças não-bancárias e que, embora as perspectivas para a economia do país continuem a ser negativas, esperam que a maioria das empresas do setor tenha um crescimento do lucro por ação de um dígito em 2016, o que seria um ponto positivo definitivo no clima atual. O Santander mantém preferência por ações defensivas, tais como: BB Seguridade (BBSE3) e Cielo (CIEL3). 

Petrobras (PETR3, R$ 9,14, -1,19%; PETR4, R$ 7,37, -1,60%)
As ações da Petrobras registram perdas acompanhando a baixa superior a 1% no brent. No radar da companhia, ela obteve aval do Cade para vender fatia da Gaspetro para a Mitsui. A operação fo aprovada sem restrições, segundo despacho do Cade publicado no Diário Oficial. A Operação envolve compra, por parte da Mitsui Gás e Energia do Brasil, de participação minoritária no capital social da Gaspetro. Em outubro, a Petrobras autorizou venda de 49% da Gaspetro para a  Mitsui por R$ 1,9 bilhão.  

BR Properties  (BRPR3, R$ 10,16, -0,88%)
As ações da BR Properties têm leve queda hoje. A companhia informou que recebeu nesta terça-feira, 1, a renúncia de André Esteves, datada de 29 de novembro, ao cargo de membro do conselho de administração da companhia. O executivo ocupava o cargo de presidente do colegiado. Será realizada reunião do conselho nesta quarta-feira, 2, para eleição de um conselheiro substituto.

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Além disso, ontem a companhia concluiu a alienação de ativos de R$ 1,95 bilhão.

Ainda na terça-feira ocorreu na BM&FBovespa um leilão para venda em bloco de ações da companhia, correspondente a uma fatia de 5,96% do seu capital, que movimentou R$ 223,6 milhões, em uma operação intermediada pelo BTG Pactual. A companhia informou hoje que a Eminence Capital passou a deter 17,57% das ações ON e que a fatia pode subir para 17,57%.

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