Bolsa cai pela 6ª vez consecutiva e dólar atinge máxima em 12 anos com fiscal e China

Moeda acompanha divisas ligadas a commodities e ultrapassa os R$ 3,30; Ibovespa dolarizado atinge fundo, mas Bolsa continua a cair

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa opera em queda nesta sexta-feira (24) estendendo perdas depois da sequência de cinco quedas consecutivas que culminou na perda dos 50 mil pontos ontem. O Ibovespa Futuro chegou a marcar alta, mas as notícias negativas acabaram prevalecendo. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o governo “não jogou a toalha” e que a política fiscal vai continuar a ser feita com vigor, mas de maneira realista. Lá fora, os dados industriais chineses mostraram contração da atividade pela quinta vez consecutiva. O PMI preliminar do Caixin/Markit sobre a indústria da China recuou para 48,2, abaixo da previsão de economistas de 49,7 e a menor leitura desde abril do ano passado. 

Às 10h41 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira tinha queda de 0,74%, a 49.437 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial dispara 0,97%, a R$ 3,3271 na compra e a R$ 3,3278 na venda. O real continua a sua trajetória de queda, acompanhando o desempenho da maioria das moedas ligadas a commodities em meio aos dados fracos da economia chinesa. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 estende os ganhos da véspera e sobe 20 pontos-base a 13,86%, assim como o DI para janeiro de 2021, que sobe a 13,14%.

Uma informação importante para o mercado de ações é que o índice Ibovespa em dólar hoje atinge um fundo na faixa de 15.146 pontos a 15.918 pontos, o que faz com que alguns investidores estrangeiros vejam a nossa Bolsa como barganha mesmo com todas as notícias negativas.

Continua depois da publicidade

Destaques da Bolsa
As ações do setor financeiro voltam a cair forte e impedem um repique da Bolsa. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 28,61, -1,34%) e Bradesco (BBDC3, R$ 26,08, -0,76%; BBDC4, R$ 26,25, -0,94%) recuam. 

Assim como os bancos, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 11,15, -1,24%; PETR4, R$ 10,03, -1,38%) recuam. Hoje haverá reunião do conselho de administração da companhia, que discutirá os ativos que deverão ser vendidos pela companhia. Nela está prevista a “reestruturação” da Transportadora Associada de Gás (TAG), braço da subsidiária Gaspetro responsável pela rede de gasodutos da estatal. A informação é do conselheiro Deyvid Bacelar, representante dos funcionários no colegiado. A pauta também contempla a renovação de registro da companhia na SEC, nos Estados Unidos, segundo a publicação.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Continua depois da publicidade

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 OIBR4 OI PN 4,60 -2,95 -46,57 1,44M
 TBLE3 TRACTEBEL ON 35,01 -2,26 +4,23 1,76M
 RUMO3 RUMO LOG ON 0,96 -2,04 -45,02 2,21M
 GFSA3 GAFISA ON 2,50 -1,96 +13,64 203,31K
 CPFE3 CPFL ENERGIA ON 18,70 -1,79 +4,37 506,76K

As ações da Vale (VALE3, R$ 17,18, -0,81%; VALE5, R$ 14,29, -0,49%) viram para queda depois de chegar a subir 1% apesar da queda do minério de ferro na esteira dos indicadores fracos do gigante asiático. A commodity spot no porto deQingdao caiu 0,58%, a US$ 51,42.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 GOAU4 GERDAU MET PN 3,82 +3,24
 USIM5 USIMINAS PNA 3,98 +2,84
 RENT3 LOCALIZA ON 28,88 +2,09
 FIBR3 FIBRIA ON 44,18 +1,49
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 15,68 +1,16

As ações do setor de papel e celulose como Suzano (SUZB5, R$ 15,68, +1,16%) voltam a subir hoje com a alta do dólar. Ontem, esses papéis aproveitaram para subir entre alta da moeda americana e resultados do segundo trimestre de Fibria (FIBR3, R$ 44,18, +1,49%) e Klabin (KLBN11, R$ 21,07, 0,00%) – lembrando que Suzano só divulgará balanço no dia 12 de agosto. 

Dados fracos na China
As bolsas asiáticas caíram nesta sexta-feira depois que a pesquisa Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostrou que a atividade industrial da China despencou para uma mínima de 15 meses, reanimando preocupações sobre as exportações da região.

O PMI preliminar do Caixin/Markit sobre a indústria da China recuou para 48,2, abaixo da previsão de economistas de 49,7 e a menor leitura desde abril do ano passado. Esse foi o quinto mês consecutivo abaixo de 50, o nível que separa contração da expansão. O PMI fraco vem na sequência de alguns dados ruins em algumas das maiores economias da região. A economia sul-coreana registrou o crescimento mais fraco em seis anos no segundo trimestre, enquanto as exportações japonesas para a China foram relativamente fracas, provocando receios de desaceleração nos lucros corporativos na Ásia.

Hoje o Rand, moeda da África do Sul, e o dólar australiano lideram queda das principais divisas contra moeda americana; moedas de produtores de commodities entre maiores perdas.

Enquanto isso, o dia é de leves perdas e ganhos para as bolsas europeias, em meio aos dados ruins da China e a pressão sobre o mercado de commodities. O minério de ferro do porto de Qingdao teve queda de 0,58%, a US$ 51,42, enquanto o cobre atingiu o menor nível de 2009. A Anglo American reportou seus números para o segundo trimestre, com queda de 36% nos ganhos.

Destaque ainda para os dados econômicos da zona do euro. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que mede a atividade nos setores industrial e de serviços, caiu para 53,7 em julho, de 54,2 em junho, segundo dados preliminares publicados hoje pela Markit Economics. O resultado veio abaixo da previsão de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que era de queda menor do indicador, a 54,0. Leituras acima de 50,0, porém, indicam expansão da atividade.

Apenas o PMI industrial do bloco recuou para 52,2 em julho, de 52,5 em junho, também ficando abaixo da expectativa, que era de estabilidade a 52,5.