Petrobras cai mais de 1% e Ibovespa se fixa no negativo com Moody’s e MDA

Em dia bastante volátil, índice se "acalma" e opera com queda entre 0,5% e 1% após CNT/MDA mostrar diferença entre Dilma e Marina caindo; no radar a Moody's coloca Brasil em perspectiva negativa

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa tem um dia de forte volatilidade na sessão desta terça-feira (9). O índice abriu com perdas de mais de 1%, amenizou, voltou a cair após a divulgação da pesquisa CNT/MDA, amenizou novamente, mas aumentou as quedas logo após a agência de classificação de risco Moody’s revisar a perspectiva para a nota de crédito brasileira de estável para negativa. Com a “briga” entre Petrobras, que opera em queda, e Vale, uma das maiores altas do dia, o índice tem sessão bastante volátil, e às 14h53 (horário de Brasília) tinha queda de 0,68%, a 58.791 pontos.  

No noticiário eleitoral, ao contrário da pesquisa anterior, Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT) subiram na intenção de voto no primeiro turno, apontou a CNT/MDA. Dilma, que antes tinha 34,2% das intenções, obtém 38,1% das respostas dos entrevistados. De 28,2%, Marina vai para 33,5%. E Aécio continua caindo. De 16%, ele chega a 14,7%. Já no segundo turno entre Dilma e Marina, a candidata do PSB leva vantagem: Marina fica com 45,5% dos votos, e Dilma, com 42,7%, uma diferença de 2,8 pontos percentuais, menor do que da última pesquisa. Noutro cenário, Dilma vence Aécio. Ela com 47,5%, ele com 33,7%. Em uma terceira possibilidade, Marina (52,2%) também ganha de Aécio (26,7%). O dia é de volatilidade para a Petrobras, que oscilava entre ganhos e perdas, mas passou a registrar ganhos mais fortes, de cerca de 1,5%. 

Ontem, alguns rumores indicavam que pesquisas feitas pelo PT e PSDB mostravam que Marina Silva deve começar a mostrar queda nas próximas pesquisas. Desta vez, o próprio comando da campanha da pessebista já está prevendo esta perda da vantagem que a candidata tem. Com isso, os planos agora são apenas de conseguir chegar no segundo turno, o que deve levar Marina a manter uma postura defensiva diante dos ataques que tem sofrido.

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Segundo a Folha de S. Paulo, a equipe da candidata se reuniu no último final de semana para estudar as recentes pesquisas. A diferença que já foi de 10 pontos entre ela e Dilma no segundo turno, caiu para 7 pontos no último Datafolha e, segundo o jornal, a equipe dela já vê esse número caindo para 6 pontos. 

No noticiário econômico, a Moody’s Investors Service alterou hoje a perspectiva do rating Baa2 dos títulos do governo brasileiro para negativa, de estável. A alteração da perspectiva aplica-se a todas as classes de rating para “Brasil, Governo do”, ou seja, ratings de emissor, ratings de títulos do governo e shelf ratings. O teto soberano em moeda estrangeira e moeda local permanece inalterado. Os determinantes para a redução da perspectiva foram a redução sustentada do crescimento econômico, a deterioração acentuada do sentimento do investidor e os desafios fiscais que os obstáculos econômicos impõem. 

Teles em dia de alta
Assim como a última sessão, as companhias do setor de telefonia são destaques de ganhos. Destaque de hoje fica para a Oi (OIBR4), que vê suas ações virarem para leves perdas, mesmo que menores em relação ao início da sessão, quando subiu mais de 4%: ontem, os acionistas da Portugal Telecom aprovaram a fusão com a brasileira Oi, afastando incertezas sobre a operação após o calote de um investimento da operadora portuguesa de 900 milhões de euros de dívida da Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo. A CorpCo, empresa resultante da fusão entre a Oi e a Portugal Telecom deverá ir ao Novo Mercado da BM&FBovespa até o fim do primeiro trimestre de 2015, destaca O Estado de S. Paulo. A “nova Oi” deverá ter ações negociadas em São Paulo, Lisboa e Nova York, tendo estrutura simplificada com a existência de apenas uma categoria de ações. 

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Já a TIM (TIMP3) vê os seus papéis subirem 2,03%. No radar da companhia, a Telecom Italia calcula em 13 bilhões de euros – ou US$ 16,8 bilhões – o valor de sua fatia de cerca de 67% na companhia, segundo duas fontes ouvidas pela Bloomberg que pediram para não ser identificadas.  O preço confere um valor total da TIM de aproximadamente 20 bilhões de euros, cerca de 73% superior ao valor da unidade considerando o preço de fechamento da ação ontem e representaria 11 vezes o Ebitda da companhia de 2013, múltiplo similar ao que a Telefónica ofereceu à GVT no mês passado.

O mercado também deve ficar de olho na Vale. O minério registrou nova mínima, de US$ 83,20 a tonelada. Contudo, uma boa notícia: a China pode atingir sua meta de crescimento econômico de cerca de 7,5% neste ano embora o país não consiga evitar flutuações de curto prazo na atividade, afirmou o primeiro-ministro, Li Keqiang, segundo a agência de notícias estatal Xinhua. Autoridades também manterão estável a política monetária da China, disse Li segundo a agência. As ações tem ganhos de cerca de 1,7% nesta sessão, após uma sequência de fortes quedas nos últimos dias.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

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Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 OIBR4 OI PN 1,51 -5,03 -57,94 89,77M
 PDGR3 PDG REALT ON 1,39 -3,47 -23,20 10,36M
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 13,35 -3,19 +23,75 169,46M
 CPLE6 COPEL PNB 37,97 -3,01 +27,92 18,01M
 ALLL3 ALL AMER LAT ON 7,90 -2,95 +20,49 17,87M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 VALE3 VALE ON 28,76 +2,35 -17,20 116,89M
 TIMP3 TIM PART S/A ON 13,54 +1,96 +12,94 69,77M
 VALE5 VALE PNA 25,26 +1,85 -20,45 241,99M
 NATU3 NATURA ON 39,88 +1,73 +1,33 19,13M
 QUAL3 QUALICORP ON 26,48 +1,46 +17,69 42,53M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Mercado externo de olho em Ucrânia e Escócia
Os principais índices acionários mundiais caminham em direções opostas. As bolsas asiáticas fecharam a sessão em alta, em uma sessão “morna” já que os mercados da Coreia do Sul e Hong Kong ficaram fechados devido a um feriado, enquanto os índices europeus iniciam o dia em queda. 

Outro fator que impulsionou as bolsas na Ásia, o dólar registrou alta nesta terça-feira, atingindo máxima de seis anos contra o iene. A moeda local em queda tende a ser visto como positivo para exportadores japonesas e lucros corporativos, e ajudou a levar o índice Nikkei de Tóquio ao seu fechamento mais alto desde janeiro, com ganho de 0,28%.

Já na Europa, investidores seguem atentos ao referendo que irá acontecer sobre a independência da Escócia. Além disso, o cenário geopolítico volta a preocupar o mercado, já que países do ocidente devem anunciar novas sanções contra a Rússia.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.