Sabesp elege Jerson Kelman como diretor-presidente

A mudança ocorreu após um ano em que o Estado passou a conviver com uma grave crise hídrica que ameaça o abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo e do interior do Estado

Reuters

(Divulgação/Sabesp)

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SÃO PAULO – O Conselho de Administração da Sabesp elegeu o engenheiro com especialização em hidráulica Jerson Kelman para ocupar a presidência da companhia de distribuição de água e saneamento do Estado de São Paulo no lugar de Dilma Pena que estava no cargo desde janeiro de 2011.

O nome de Kelman já tinha sido anunciado pelo governo do Estado no início deste mês. Ele já foi diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) entre 2005 e 2008 e presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) entre 2001 e 2004.

A mudança ocorreu após um ano em que o Estado passou a conviver com uma grave crise hídrica que ameaça o abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo e do interior do Estado.

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Nesta sexta-feira, durante cerimônia de posse no cargo, Kelman afirmou que a população “tem que estar preparada para o pior”.

“Seria irresponsabilidade, no quadro em que estamos hoje, 9 de janeiro, olhar para a frente com otimismo”, afirmou Kelman, segundo a Agência Brasil.

Nesta sexta-feira, o Sistema Cantareira, principal conjunto de reservatórios que abastece a região metropolitana de São Paulo e cidades do interior paulista exibia nível de 6,7 por cento de uma segunda e última cota do chamado volume morto, água mais próxima do fundo das represas que precisa ser bombeada para chegar às estações de tratamento.

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Enquanto isso, o Sistema Alto Tietê, que tem sido utilizado também para ajudar a poupar o Cantareira, mostrava nível de 11,6 por cento. O Guarapiranga operava abaixo de 40 por cento.

Um ano atrás, além dos dois volumes mortos completos, o Cantareira exibia nível de 26 por cento, o Alto Tietê estava em 46 por cento e o Guarapiranga em 67 por cento.

“Inescapavelmente, teremos algum tipo de sofrimento da população”, disse Kelman segundo a Agência Brasil, referindo-se a problemas a serem gerados pela redução da pressão e volume de água, principalmente para moradores de áreas mais altas.

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Há cerca de um ano, antes da realização das eleições de outubro, Sabesp e governo de São Paulo afirmavam que racionamento de água na região metropolitana seria uma “operação de guerra”.

“Quem fala em racionamento preventivo não tem ideia do que é racionar água para 10 milhões de habitantes. É uma operação de guerra. (…) A Sabesp tem dever de evitar isso para a população a qualquer custo”, disse no fim de março passado o diretor- financeiro da empresa, Rui Affonso.

Na véspera, a agência de reguladora paulista Arsesp autorizou a Sabesp a cobrar sobretaxa de até 100 por cento nas contas de consumidores que elevarem o consumo de água acima de 20 por cento da média apurada entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014.