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SÃO PAULO – Um dia após o último grande evento de 2013, que foi acompanhado com ansiedade pelos mercados, o Ibovespa registra expressiva alta, acompanhando o movimento positivo das bolsas mundiais e dos EUA na véspera. Às 10h27 (horário de Brasília), o índice registrava ganhos de 1,13%, a 51.136 pontos. E o grande catalisador para isso é a conclusão da reunião de política monetária do Federal Reserve, que anunciou a redução da política de estímulos à economia em US$ 10 bilhões, para US$ 75 bilhões mensais.
E o motivo por trás da alta nas bolsas mesmo após o início do “tapering”, é o anúncio do presidente da autoridade monetária norte-americana de que o ajuste deve ser gradual e que a taxa de juros continuará baixa por um longo período de tempo, conforme ressaltou o presidente da autoridade monetária, Ben Bernanke. Além disso, o ajuste sinaliza que a maior economia do mundo está em trajetória de recuperação.
A equipe de análise do Barclays Capital comenta sobre o fim das dúvidas que pairavam sobre o mercado, que viviam na expectativa de quando, quanto e como seria feita essa redução no programa de estímulos. Para eles, a decisão do Fed tira a angústia do mercado, que agora não opera mais com a dúvida sobre uma possível retirada de estímulos, mas sim com a certeza de que em janeiro serão injetados US$ 10 bilhões a menos na economia norte-americana. Com isso, a volatilidade deverá diminuir daqui pra frente, apostam os analistas do banco britânico.
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Nesta data, o mercado deve seguir atento ao front econômico norte-americano, com a divulgação de dados do Initial Claims, além do Existing Home Sales, Philadelphia Fed Index e Leading Indicators. Enquanto isso, no front nacional, destaque para a Pesquisa Mensal de Emprego no Brasil, que registrou uma queda da taxa de desemprego para 4,6%, assim como o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15) de dezembro, prévia da inflação, que teve alta de 0,69% no mês e registrou alta acumulada de 5,85% no ano. O mercado ainda conta com a nota do setor externo.
Já no noticiário corporativo, a AES Eletropaulo (ELPL4) ganha destaque novamente nesta data ao registrar forte alta de 5,07%, a R$ 11,82, após os papéis da companhia dispararem 16,94% na véspera. Na noite da véspera, a companhia informou uma descontratação de energia de 1,5% para 2014, após ter contratado metade do que precisava comprar no leilão A-1 na terça-feira, disse o presidente da companhia, Britaldo Soares. Também como destaque, a ação da Embraer (EMBR3) tem ganhos de 2,23%; a companhia brasileira será a principal parceira da Saab para a construção de caças no Brasil. A companhia também anunciou que a Saratov Airlines, da Rússia, arrenda dois jatos da companhia. Em uma dia de alta generalizada para o índice, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) e da Vale (VALE3;VALE5) também registram ganhos, ajudando a impulsionar o índice.
Nikkei atinge maior patamar em seis anos
Nas bolsas asiáticas, o grande destaque ficou para o índice Nikkei, do Japão, que registrou ganhos de 1,70% e atingiu os 15.859 pontos, no maior patamar desde 12 de dezembro de 2007, cerca de seis anos. O mercado acionário também foi influenciado pela forte desvalorização do iene que, após a reunião do Fed, registrou uma forte desvalorização e impulsionou as ações de empresas exportadoras. Por lá, destaque também para possíveis sinalizações de reforma econômica pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe.
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Por outro lado, na China, o dia foi novamente de baixa para as bolsas, com destaque para o Shangai Composto, que registrou baixa de 1% em sua oitava sessão de baixa e atingindo o menor nível desde 14 de novembro, em meio às preocupações com a liquidez no mercado bancário. Enquanto isso, as ações de petroleiras registraram baixa após os reguladores anunciarem regras mais duras de padrões de qualidade para conter a poluição do ar.
Na Europa, os índices registram ganhos em meio às sinalizações do Fed, mas também com destaque para outra boa notícia, que representa um avanço para a tão esperada união bancária da região. Na véspera, foi fechado um acordo entre ministros das finanças para estabelecer um sistema de resolução para os problemas do setor financeiro.