TCU e TSE verificam 200 mil casos de possíveis fraudes em doações no 1º turno

Entre os índicios estão quase 38 mil doadores que estão inscritos no programa social do governo Bolsa Família e que doaram R$ 36,8 milhões; valor total de irregularidades chega a R$ 659 milhões

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Uma análise feita pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pelo TCU (Tribunal de Contas da União) identificou 200.011 casos que apontam para possíveis irregularidades em doações eleitorais. O estudo divulgado nesta quarta-feira (5) mostra que um total de R$ 659,3 milhões podem ter sido repassados de forma ilegal.

Entre os indícios estão 37.888 doadores que estão inscritos no programa social do governo Bolsa Família e que doaram R$ 36.877.030,61. Em um caso específico citado pelo TSE, uma pessoa que está no programa fez uma doação de R$ 1,2 milhão em bens e serviços estimáveis em dinheiro.

Há também 55.670 casos de desempregados que fizeram doações em um valor total de R$ 84.293.201,68, sendo que em um caso, uma pessoa física sem renda doou R$ 1,030 milhão. Enquanto isso, outros 24.646 doadores em que a renda conhecida é incompatível com o valor doado destinaram R$ 207.119.049,07 para campanhas.

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Outros R$ 90.787.549,74 foram doados por 43.382 pessoas com concentração em uma mesma empresa. Há ainda o número de doadores de campanha mortos, que aumentou de 143 para 250.

As informações estão sendo rastreadas pela Justiça Eleitoral e passadas ao Ministério Público para verificar, caso a caso, se há realmente alguma irregularidade. As punições para os casos que forem comprovados ilegais podem ir desde multa até cassação do registro do candidato.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.