Publicidade
SÃO PAULO – Os jornais desta terça-feira (21) destacam o desgaste do PMDB. Esse seria o pior momento interno do partido desde a posse do presidente Michel Temer, segundo destaca a coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, em meio a várias crises deflagradas ao mesmo tempo.
Conforme ressalta o jornal, no Senado, o tom pesado do discurso do senador Romero Jucá (PMDB-RR) exibiu o desconforto de integrantes da legenda com os desdobramentos da Operação Lava Jato.
Jucá contestou em pronunciamento as acusações de que teria apresentado uma proposta para blindar os presidentes da Câmara e do Senado em investigações da Operação Lava-Jato. O texto em questão é a PEC 3/2017, já retirada pelo senador, que ampliava para os ocupantes da linha sucessória da Presidência da República a previsão constitucional de que o presidente não pode ser investigado por atos anteriores ao mandato. Segundo Jucá, a PEC foi motivada pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2016, de que os presidentes da Câmara e do Senado, que fazem parte da linha sucessória, podem continuar na presidência das Casas do Congresso, mas não poderão assumir a presidência se houver alguma ação contra eles. O senador diz não concordar com a decisão, que, na sua visão, interfere na harmonia entre os Poderes.
Continua depois da publicidade
“Será que é justo que nós tenhamos o presidente e o vice-presidente tendo um tipo de tratamento e os presidentes dos outros Poderes tendo outro tipo de tratamento pela decisão do Supremo Tribunal Federal, que não está escrita na Constituição?” questionou Jucá, que apontou a instabilidade jurídica gerada pela decisão.
Já na Câmara, ao Estadão, o o vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho (MG), fez reclamações sobre o mau tratamento recebido do núcleo político de Temer. O PMDB também entrou em choque com PSDB e PP por espaço. Ele ainda afirmou que Temer é muito mal informado do que acontece na Câmara.
Se os parlamentares reclamam, o Palácio do Planalto também não está muito satisfeito. Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, Temer sinalizou à bancada do PMDB que considera ter ido além do limite a pressão pelas nomeações do ministro da Justiça e do líder do governo na Câmara. “O Planalto avalia que os dois cargos, assim como a chefia de algumas comissões, precisam ser definidos em conjunto para permitir compensações. Ao entrar em guerra pública pela Justiça sem indicativo de que será atendida, analisa o governo, a bancada coloca Temer em posição delicada e pode ampliar o racha na base”, destaca a coluna.
Continua depois da publicidade
(Com Agência Senado)