Joesley Batista diz que blefou ao sugerir para Temer a compra de apoio de juízes federais

Por outro lado, o executivo afirmou tentou a aproximação por meio do advogado Willer Tomaz com um magistrado que atua em operações como "Greenfield" e "Cui Bono"

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em um dos trechos de sua delação premiada, o empresário Joesley Batista, dono da JBS, afirma aos procuradores que estava “blefando” quando sugeriu ao presidente Michel Temer que havia comprado dois juízes federais.

Por outro lado, o executivo afirmou que havia uma tentativa de aproximação por meio do advogado Willer Tomaz com um magistrado que atua em operações como “Greenfield” e “Cui Bono”. Tomaz teria sido contratado porque dizia ter acesso e influência sobre Ricardo Augusto Soares Leite, juiz substituto da 10ª Vara Federal do Distrito Federal.

A 10ª Vara é a responsável pelas operações Sépsis, primeira a mirar a J&F em julho do ano passado, a Greenfield, que investiga fraudes em fundos de pensão, e a Cui Bono, que apura irregularidades no FI-FGTS, fundo de investimento em infraestrutura do FGTS.

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Joesley afirmou que, apesar da contratação de Tomaz ter tido essa finalidade, não teve comprovação da relação entre o advogado e o magistrado. Vale destacar que Willer Tomaz foi preso pela Polícia Federal em operação realizada na última quinta-feira (18).

Em nota, a 10ª Vara Federal do DF afirmou que as declarações de Joesley Batista na gravação com Temer mostram-se infundadas pelos fatos, já que, em razão de sua especialização, lá tramitam mais de 20 “grandes operações criminais” e houve diversas medidas decretadas em desfavor da JBS.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.