Lula faz alerta à militância sobre Rodrigo Maia na presidência: “golpista é golpista”

O ex-presidente chamou atenção do público para a luta contra o presidente Michel Temer, argumentando haver duas forças distintas no processo: o PT e a Rede Globo

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acendeu sinal de alerta para os possíveis planos do atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em meio ao agravamento da crise em que está submerso o governo. Na avaliação do petista, o deputado se prepara para ser “o seguidor do golpe”.

“Certamente o Rodrigo Maia já deve estar se preparando para ser o próximo presidente, o sucessor do golpe”, disse em um discurso a militantes. “E nós não podemos achar um golpista melhor que o outro. Golpista é golpista”, complementou.

O ex-presidente chamou atenção do público para a luta contra o presidente Michel Temer, argumentando haver duas forças distintas no processo: o PT e a Rede Globo. “É importante lembrar que a razão pela qual queremos a saída do Temer não é a mesma pela qual a Globo quer”, afirmou. “A gente não pode brincar de achar que o que a Globo quer é para o bem do Brasil”.

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Segundo o líder petista, não há ninguém que queira mais o afastamento do ex-vice-presidente de Dilma Rousseff do que os trabalhadores brasileiros, mas ressalta que eventual sucessão por Maia não é necessariamente boa notícia para a militância petista.

“A mudança que queremos é que o povo brasileiro volte a ter o direito de escolher o seu presidente. Errando ou acertando, é o povo que tem o direito de tirar e colocar pessoas”, disse Lula. “Nós temos clareza de que queremos a saída do Temer e eleições diretas porque queremos fazer com que os trabalhadores continuem com seus direitos e conquistando coisas”.

O ex-presidente também atacou as políticas adotadas pelo atual governo, que considera estarem desmontando conquistas das gestões petistas. “Eles estão desmontando o nosso país e tudo parece que começou quando nós começamos o pré-sal”, afirmou em referência ao modelo de partilha na exploração dos recursos.

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Também não faltaram críticas aos apontamentos de que o partido seria leniente com práticas de corrupção e alfinetadas aos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato: “Somos contra que se faça pirotecnia com meia dúzia de pessoas se achando donas da verdade”.

O evento marcou a posse da nova presidente nacional do partido, a senadora Gleisi Hoffmann, que, em seu discurso defendeu a possibilidade de Lula se candidatar nas eleições de 2018. “Não pensem que a sentença de um juiz de primeiro grau vai inviabilizar o processo democrático deixando Lula fora das eleições. Uma eleição presidencial sem Lula não é eleição, é fraude à democracia”, disse. A parlamentar também aproveitou para cobrar maior união dos partidos de esquerda, tendo em vista a formação de uma frente mais coesa na oposição.

Também discursou durante a cerimônia a ex-presidente Dilma Rousseff, que disse que a “história está sendo severa e implacável com os líderes do golpe”, citando nominalmente Temer, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.