Partidos políticos como conhecemos hoje não vão existir no futuro, diz sociólogo

"Eu duvido que os partidos sobrevivam ao processo de digitalização geral da sociedade", afirma Sérgio Abranches ao UM BRASIL

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Aproveitando o lançamento de um novo livro, o sociólogo, cientista político e ambientalista, Sérgio Abranches concedeu entrevista ao UM BRASIL, parceiro de conteúdo do InfoMoney, sobre “a era do imprevisto”, tema de sua obra. Nela ele analisa o atual período de transição gerado pela globalização e digitalização das sociedades.

Criador do termo “presidencialismo de coalizão”, Abranches discute ainda as transformações políticas, econômicas e sociais que o Brasil atravessa e os desafios da mudança climática.

“O partido era uma forma de organizar estas ideias analógicas em blocos e plataformas que permitiam às pessoas identificarem com mais rapidez aqueles que pensavam como elas”, afirma o cientista político. “Eu duvido que os partidos sobrevivam ao processo de digitalização geral da sociedade. Eu acho que o partido tal como conhecemos não vai existir no futuro”, continua Abranches.

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Sobre o Brasil, ele afirma que “nós vamos entrar nessa crise da democracia representativa com uma democracia de pior qualidade do que deveríamos ter”. “Uma democracia que entrou em retrocesso, ela se tornou mais corrupta do que era”, explica.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.