Toffoli concede liminar para senador cassado disputar eleição

Embora a decisão tenha gerado especulações sobre possíveis efeitos na situação de Lula, a diferença entre os casos dificulta tal avaliação

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, decidiu suspender a inelegibilidade do ex-senador Demóstenes Torres (GO), cassado em 2012 por quebra de decoro parlamentar, acusado de usar o mandato para favorecer o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O ex-parlamentar deseja se candidatar novamente ao Senado em outubro.

Procurador de Justiça, Demóstenes Torres chegou a ser afastado do cargo pelo Conselho Nacional do Ministério Público em outubro de 2012, após abertura de processo legislativo. Em dezembro, a Segunda Turma do STF anulou a decisão, com o entendimento de que o processo disciplinar baseou-se em interceptações telefônicas nulas, nas operações Vegas e Montecarlo.

O ex-senador argumenta que, a despeito da decisão da Turma, ainda persistem os efeitos de sua perda de mandato e a consequente inelegibilidade. Toffoli concedeu liminar para suspender tais efeitos, mas negou o retorno ao mandato. O mérito ainda precisa ser analisado pela Segunda Turma do STF.

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A decisão do magistrado gerou especulações sobre como ele se comportaria em eventual pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para afastar a inelegibilidade após esgotados os recursos na segunda instância no caso envolvendo um apartamento triplex, no Guarujá (SP). Contudo, as particularidades dos casos dificultam tal avaliação.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.