Candidatura de Bolsonaro é extremamente frágil, diz analista político

Segundo Marco Antonio Teixeira, por ter que focar a campanha nas redes sociais e pela falta de tempo de TV, Bolsonaro pode não ter tanta força

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Durante o último Painel WW, apresentado por William Waack na sexta-feira (3), os cientistas políticos convidados debateram a força do candidato Jair Bolsonaro na disputa eleitoral, principalmente por conta do pouco tempo de televisão que ele terá nos próximos meses.

Para Marco Antonio Teixeira, professor da FGV, o uso das redes sociais “complementa e joga o holofote para quem não tem os instrumentos tradicionais [de campanha]”. O cientista aponta que é óbvio que o deputado ficou isolado, sem articulações, mas em situação diferente de Ciro Gomes, que está em um partido com mais tradição e com mais tempo de TV.

“Vai restar para o Bolsonaro fazer uso das redes sociais e mobilizar seus apoiadores que também têm contato e propagam, de certa forma, aquilo que representa o pensamento do Bolsonaro pelas redes sociais”, avalia Teixeira.

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Apesar da grande base de apoiadores que o candidato do PSL tem agora, o cientista acredita que “a medida que começar o tempo de TV e os debates, essas divisões comecem a se reconfigurar”.

“Eu não tenho muita convicção que são votos extremamente decididos ainda. Eu já tive contato com pessoas que, a partir de certo momento que ideias não se sustentaram, repensaram suas posições”, avalia.

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Por fim, ele diz que Bolsonaro pode enfrentar dificuldades após o começo da campanha e que talvez apenas as redes sociais não sejam suficientes para segurar a vitória do deputado. “Eu vejo a candidatura Bolsonaro, até por conta somente do uso das redes sociais, extremamente frágil em termos de marca ou em termos de ideia”, conclui Teixeira.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.