Gestor Marcos Elias é condenado a 3,5 anos de prisão por fraude de US$ 750 mil

Elias tem passagens por empresas como Gas, Link, BNP, Bozzano, além de ser um dos fundadores da Empiricus Research    

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Marcos Eduardo Elias, gestor do extinto fundo Galleas e um dos fundadores da Empiricus Research, foi condenado pela Justiça Federal dos EUA a três anos e meio de prisão em regime fechado e mais três anos em liberdade condicional nesta sexta-feira (26).

Após passar um período preso em 2018, na Suíça, e de posteriormente ter sido extraditado para os EUA, Elias confessou o crime de conspiração contra instituições financeiras americanas em fevereiro deste ano – o que fez com que a pena fosse menos rígida. 

O gestor se apropriou ilegalmente de mais de US$ 750 mil pertencentes a instituições financeiras dos EUA usando falsificações de documentos de clientes brasileiros, como a de representante da rede de supermercados Zaffari, e uma empresa de fachada no Panamá. 

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A pena por fraude eletrônica e falsidade ideológica poderia chegar a cinco anos de prisão.  

A quantia desviada foi depositada numa conta do banco de investimentos Jefferies. Para isso, Elias contou com a ajuda de Evandro dos Reis Jr., funcionário do banco na época do crime. Segundo o Valor, Reis cooperou com promotores sobre detalhes do esquema e ainda será julgado pelos mesmos crimes que o amigo.  

No julgamento de Elias, que aconteceu na última quinta-feira (25), o gestor afirmou que estava “arrependido, pediu desculpas e disse que só quer cumprir a pena para voltar para a família”, segundo o jornal. 

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O Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA  (ICE, na sigla em inglês)  requisitou a detenção e deportação de Elias por violar os termos do visto de residência. Ainda, ele deverá pagar mais de US$ 920 mil a título de compensação para a família dona da rede Zaffari.

História

Engenheiro mecânico formado pela Escola Politécnica da USP com MBA nos EUA, Elias era considerado um prodígio: aos 30 anos chegou ao cargo de analista-chefe do banco francês BNP no Brasil. Seu primeiro estágio foi no banco de investimento Bozzano Simonsen.

“O estágio em engenharia na Poli só podia ser iniciado no quinto ano, mas eu precisava ganhar dinheiro antes. Foi assim que entrei no mercado financeiro”, disse o próprio Elias em 2014 durante entrevista concedida ao InfoMoney.

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Com 22 anos ele já havia se tornado analista de ações. Como sempre gostou de correr riscos, usava o bônus que ganhava (comum no mercado financeiro) para fazer operações a termo – que possibilitam alta alavancagem.

De analista, Elias passou a gestor de fundos e empreendedor do mercado financeiro. Em 2001, começou a trabalhar na gestora Gas, que anos depois foi comprada pela Vinci Partners – gestora criada por ex-diretores do Pactual e que hoje possui mais de R$ 22 bilhões em ativos sob gestão.

Em 2010, foi um dos fundadores da casa de análise independente Empiricus Research, de onde saiu em 2012. Além disso, foi diretor da Guiar Investimentos, da Gradual Investimentos, professor da FGV e sócio da Link Investimentos. Também chegou a ter um blog no InfoMoneyConfira aqui um perfil de Elias publicado na época de sua prisão no ano passado.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.