Laep tem liquidação decretada pela Corte de Bermudas; BDRs estão suspensas na bolsa

Pedido foi feito no dia 23 de setembro e indicação foi realizada pelo fundo Emerging Market Special Situation 3, veículo do fundo GLC

Paula Barra

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SÃO PAULO – A Laep Investments (MILK33) – conhecida por ter participação na LBR, detentora da marca Parmalat – teve sua liquidação decretada pela Suprema Corte de Bermudas. O pedido de liquidação foi feito dia 23 de setembro e a indicação dos liquidantes foi realizada pelo fundo Emerging Market Special Situation 3, veículo do fundo GLC. E, naquela data, a pedido da GLG, foram designados como liquidantes Michel Morrison e Charles Tresh, que passaram a controlar e gerir a sociedade.

Com isso, a empresa informou, por meio de comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que foram afastados os antigos administradores e controladores e os membros da diretoria da empresa. O representante legal da Laep no Brasil, Antonio Romildo Silva, confirmou sua renúncia ao cargo. O sucessor deverá seu indicado no prazo de até 15 dias, conforme instrução da CVM.

De acordo com a empresa, “o único propósito dos liquidantes será a apuração de haveres para o pagamento do suposto crédito do EMSS3, sem qualquer compromisso com os interesses dos demais credores da Laep, sejam os privilegiados como trabalhistas e fisco, e de seus acionistas, sobretudo dos detentores de BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Poderão restar prejudicadas as investigações e ações em curso contra o EMSS3/GLC, inclusive de desconstituição do suposto crédito e indenizatória”. 

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Ainda segundo a Laep, o suposto crédito que ensejou a liquidação da sociedade é objetivo de contestação em disputa judicial em curso no Brasil, na Comarca de São Paulo, e está totalmente garantido por hipotecas concedidas pela Laep e suas subsidiárias.

“Ainda assim, o EMSS/GLC ultimou as medidas de liquidação da Laep nas Cortes de Bermudas após ter tomado conhecimento da decisão proferida pela 37ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinando o prosseguimento da ação anulatória movida pela Laep em face do EMSS3/GLC, requerendo a anulação da execução do suposto crédito, em face das irregularidades e ilicitudes ocorridas na aquisição do crédito”, informou a empresa. 

Em função do comunicado, a BM&FBovespa decretou a partir de hoje a suspensão dos negócios com as BDRs da Laep na bolsa brasileira. No último pregão em que foram negociados, na última terça-feira, os ativos da companhia fecharam valendo R$ 0,28, o que indicava queda de 42,86% desde o começo do ano.