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SÃO PAULO – Após conhecer sua quarta semana seguida de queda acumulada, o Ibovespa começou a terceira semana de dezembro no positivo, ao fechar esta segunda-feira (16), dia de vencimento de opções sobre ações na Bovespa, com ganhos de 0,46%, a 50.279 pontos. O movimento do benchmark da bolsa brasileira acompanhou o otimismo dos mercados internacionais às vésperas de mais uma reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), que pode culminar no início do corte da política de estímulos monetários à economia americana. O volume financeiro negociado na Bovespa nesta sessão foi de R$ 9,84 bilhões, impulsionado pelo exercício de opções.
Nesta sessão, do lado macroeconômico, chamaram atenção os dados da industria em Nova York, com a atividade do setor saindo de -2,28 para 0,98, mas abaixo da expectativa do mercado, que acreditava em recuperação maior. Destaque ainda para a produtividade fora do setor agrícola nos Estados Unidos, que avançou a uma taxa anual de 3%, após aumentar 1,8% no segundo trimestre, informou nesta segunda-feira o Departamento do Trabalho, conduzida pelo crescimento de 4,7% na produção.
Os dados econômicos dos EUA são bastante importantes para sinalizar quais serão os próximos passos do Federal Reserve, que fará sua reunião de política monetária nas próximas terça e quarta-feira. Atualmente, a autoridade monetária americana injeta mensalmente até US$ 85 bilhões na economia via compra de títulos públicos em um programa conhecido como QE3 (Quantitative Easing 3). A sinalização é que a autoridade monetária diminua o ritmo do seu programa de estímulos; assim, qualquer dado positivo mostra que a redução de estímulos está mais próxima, enquanto dados piores do que o esperado mostram ainda fraqueza da economia e maior reticência do Fed em mudar os passos dos estímulos.
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Nas bolsas internacionais, o dia foi de otimismo, com a Europa vendo o índice alemão Dax 30 fechando com alta de 1,49%, enquanto os três principais índices de Wall Street caminham para um fechamento com ganhos entre 0,7% e 1%. Já o dólar comercial, fechou cotado a R$ 2,3295, configurando movimento de queda de 0,26% nesta sessão.
Destaques do pregão
Do lado da Bovespa, vale destacar que esta segunda-feira marcou o vencimento de opções sobre ações de dezembro, o que costuma trazer volatilidade adicional para o índice. Com as “puts” superando as “calls” pela primeira vez em 4 meses, o exercício de opções movimentou R$ 3,9 bilhões. As opções de venda movimentaram R$ 2,1 bilhões, enquanto as de venda giraram os R$ 1,8 bilhão restantes. Entre os destaques desse exercício de opções, apareceram as ações da Vale (VALE3, R$ 34,39, +0,17%; VALE5, 31,79, -0,28%), com as opções de compra sobre as PNA da companhia a R$ 33,93 liderando o top 5 listado pela BMF&Bovespa. Sobre a mineradora, é importante destacar que a companhia divulgou na noite da véspera pedido de registro para oferta pública de debêntures no valor total de R$ 750 milhões, com a emissão marcada para janeiro de 2014.
Nesta sessão, contribuíram muito para a alta do Ibovespa os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 16,10, +1,58%; PETR4, R$ 17,34, +1,82%), os com maior participação na composição acionária do índice. Já entre os maiores ganhos do índice, destaque para as ações da Gol (GOLL4, R$ 9,72, +4,97%) e CSN (CSNA3, R$ 13,10, +4,22%), com a segunda se descolando de seus pares do setor, que fecharam no campo negativo.
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As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
GOLL4 | GOL PN N2 | 9,72 | +4,97 | -24,65 | 23,40M |
CSNA3 | CSN ON | 13,10 | +4,22 | +22,05 | 85,21M |
GFSA3 | GAFISA ON | 3,60 | +3,45 | -23,57 | 29,14M |
JBSS3 | JBS ON | 8,05 | +3,21 | +35,52 | 31,02M |
VIVT4 | TELEF BRASIL PN | 42,84 | +2,83 | -4,92 | 38,53M |
Já na contramão do dia positivo, chamaram atenção as ações de Energias BR (ENBR3, R$ 11,34, -5,81%) e Fibria (FIBR3, R$ 26,63, -3,16%), com quedas superiores a 3%.
As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
ENBR3 | ENERGIAS BR ON | 11,34 | -5,81 | -9,21 | 51,16M |
FIBR3 | FIBRIA ON | 26,63 | -3,16 | +17,99 | 28,52M |
TRPL4 | TRAN PAULIST PN | 27,00 | -3,05 | -18,16 | 14,01M |
SUZB5 | SUZANO PAPEL PNA | 8,43 | -2,54 | +22,46 | 37,18M |
MRVE3 | MRV ON | 8,51 | -2,41 | -26,19 | 27,53M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN | 17,34 | +1,82 | 558,47M | 591,88M | 28.914 |
VALE5 | VALE PNA | 31,79 | -0,28 | 430,54M | 479,35M | 23.014 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCO PN | 31,17 | +0,71 | 233,67M | 313,35M | 15.233 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 28,72 | +0,67 | 230,12M | 233,94M | 19.737 |
CIEL3 | CIELO ON | 64,25 | -1,43 | 213,46M | 91,75M | 8.341 |
ITSA4 | ITAUSA PN | 8,86 | +0,34 | 204,74M | 117,48M | 26.179 |
BBAS3 | BRASIL ON EJ | 24,04 | -0,29 | 127,93M | 220,20M | 14.713 |
PETR3 | PETROBRAS ON | 16,10 | +1,58 | 125,08M | 200,28M | 14.238 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 16,51 | +0,61 | 121,81M | 154,24M | 20.060 |
BVMF3 | BMFBOVESPA ON | 10,79 | -0,19 | 113,32M | 132,42M | 15.567 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
Focus e inflação
Em destaque no cenário brasileiro, ficou o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central. Os economistas de instituições financeiras revisaram mais uma vez para baixo as suas estimativas para a economia brasileira; a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 foi reduzida de 2,35% para 2,30% enquanto, para 2014, passou de 2,10% para 2,01%. Com relação à Selic, a expectativa se manteve em 10,5% para o final do próximo ano. Em relação à inflação em 2013, os economistas mantiveram a expectativa para 2013 em 5,70%, abaixo do teto da meta de 6,5%, enquanto para o próximo ano a projeção ficou em 5,95%, levemente acima da projeção de 5,92% da semana passada.
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Os indicadores de inflação também ganham destaque nesta sessão. O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal) sibiu 0,75% na segunda quadrissemana deste mês, ante 0,72% na semana anterior, de acordo com dados da FGV (Fundação Getulio Vargas). A Fundação também divulgou os dados do IGP-10 (Índice Geral de Preços – 10), que ficou igual a taxa de novembro a 0,44%.
Europa e Ásia
A semana começa com uma agenda econômica bastante movimentada pelo mundo, o que acaba guiando as bolsas, principalmente por conta dos dados de atividade na Europa e na Ásia. As bolsas asiáticas fecharam em queda guiadas pela atividade chinesa mais fraca. O PMI (Índice de Gerente de Compras) mantendo a expansão em dezembro, mas perdendo forças ao passar para 50,5, ante 50,8 no mês anterior, sugerindo que a atividade econômica está começando a se enfraquecer. Com isso, o índice Shangai Composto teve queda de 1,6% e o Nikkei, do Japão, registrou baixa de 1,62%.
Vale ressaltar ainda que, na última sexta-feira, foi encerrado o encontro da Conferência Central do Trabalho Econômico, com o governo chinês reforçando as sinalizações para que haja uma abordagem mais orientada sobre o processo de urbanização do país. O governo não mostrou metas de crescimento econômico mas, segundo o site Caixin magazine, ela se manteve em 7,5% para 2014.
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Na Europa, dados melhores do que o esperado impulsionaram as bolsas. No setor industrial, o PMI passou de 51,6 para 52,7, atingindo o maior patamar em 31 meses.
O PMI Composto – que inclui os setores industrial e de serviços – também mostrou um melhor cenário para a região, passando de 51,7 em novembro para 52,1 em dezembro, o maior patamar em três meses e ligeiramente acima das expectativas de 52.
Por lá, destaque ainda para os índices nacionais, como o da indústria alemã, que surpreendeu positivamente ao acelerar em dezembro e subir para 54,2 ante 52,7 no mês anterior enquanto, na França, houve maior frustração. O PMI Composto do país caiu a 47 em dezembro ante 48 em novembro, no menor nível em sete meses, enquanto o industrial recuou de 48,4 para 47,1.
Os resultados da balança comercial da zona do euro também animaram, ao mostrar um superávit comercial de 17,2 bilhões de euros em outubro, ante um saldo positivo de 9,6 bilhões de euros no mesmo mês do ano passado.