Confira o programa de governo de Jair Bolsonaro para a economia

O plano de governo do presidente eleito foi divulgado no fim de agosto com 81 páginas, trazendo as principais diretrizes para os próximos quatro anos

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Jair Bolsonaro foi eleito o novo presidente da República em uma campanha dura e marcada por intensa polarização. O seu plano de governo foi divulgado no fim de agosto com 81 páginas, trazendo as principais diretrizes para os próximos quatro anos. 

Em seu projeto, intitulado “Projeto Fênix“, Bolsonaro defende o que chama de “Brasil Livre”. O principal ponto é a proposta de reorganização da área econômica, com dois organismos principais: o Ministério da Economia (que engloba os atuais ministérios da Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio e Secretaria Executiva do PPI) e o Banco Central, este formal e politicamente independente, mas alinhado com o primeiro. Paulo Guedes é o grande fiador do plano econômico de Bolsonaro. 

Sobre a reforma da Previdência, o plano do presidente eleito apontou a mudança do modelo atual de repartição para o de capitalização. “A grande novidade será a introdução de um sistema com contas individuais de capitalização. Novos participantes terão a possibilidade de optar entre os sistemas novo e velho. E aqueles que optarem pela capitalização merecerão o benefício da redução dos encargos trabalhistas”, afirma.

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O plano aponta que, “obviamente, a transição de um regime para o outro gera um problema de insuficiência de recursos na medida em que os aposentados deixam de contar com a contribuição dos optantes pela capitalização”. 

O programa de Bolsonaro também aponta a ideia de iniciar um amplo programa de privatizações, mas sem especificar quantas ou quais empresas das 147 de propriedade da União ele pretende vender. Segundo o plano, todos os recursos obtidos com privatizações e concessões deverão ser obrigatoriamente utilizados para o pagamento da dívida pública. No total, o plano aponta a redução em 20% o volume da dívida por meio de privatizações, concessões, venda de propriedades imobiliárias da União e devolução de recursos em instituições financeiras oficiais.

O plano de Bolsonaro também destacou os principais pontos para os programas sociais, prometendo manter o Bolsa Família e criar um programa de renda mínima para todas as famílias brasileiras.

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“Acima do valor da Bolsa Família, pretendemos instituir uma renda mínima para todas as famílias brasileiras. Todas essas ideias, inclusive o Bolsa Família, são inspiradas em pensadores liberais, como Milton Friedman, que defendia o Imposto de Renda Negativo (…) Vamos deixar claro: nossa meta é garantir, a cada brasileiro, uma renda igual superior ao que é atualmente pago pelo Bolsa Família”, afirma o texto.

Reforma tributária

A reforma tributária defendida por Bolsonaro prevê a simplificação e unificação de tributos federais e a descentralização e municipalização de impostos. No projeto são apresentados seis pontos, entre eles a “introdução de mecanismos capazes de criar um sistema de imposto de renda negativo na direção de uma renda mínima universal” e também “melhorar a carga tributária brasileira fazendo com que os que pagam muito paguem menos e os que sonegam e burlam, paguem mais”.

Carteira verde e amarela

O projeto também propõe a criação do que Bolsonaro chama de “carteira de trabalho verde e amarela” como forma de criar empregos. Com isso, o jovem que estiver entrando no mercado de trabalho poderá escolher entre manter um vínculo empregatício baseado na carteira atual (azul) ou usar esta nova carteira, “em que o contrato individual prevalece sobre a CLT, mantendo todos os direitos constitucionais”.

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O texto fala ainda que não irá voltar com o imposto sindical. Para isso, o candidato propõe “a permissão legal para a escolha entre sindicatos, viabilizando uma saudável competição que, em última instância, beneficia o trabalhador. O sindicato precisa convencer o trabalhador a voluntariamente se filiar, através de bons serviços prestados à categoria”.

Confira as principais propostas econômicas:
– Criação do Ministério da Economia
– Banco Central formal e politicamente independente, mas alinhado com o ministério da Economia.
– Instituições financeiras federais subordinadas ao Ministro da Economia.
– “Orçamento Base Zero”.
– Controle dos custos associados à folha de pagamento do Governo Federal.
– Eliminação do déficit público primário já no primeiro ano e conversão em superávit no segundo ano.
– Redução de juros em duas vertentes: (i) desmobilização de ativos públicos, com o correspondente resgate da dívida mobiliária federal; e (ii) redução natural do custo médio da dívida.
– Novo modelo de Previdência no sistema de capitalização.
– Reforma tributária com a unificação de tributos e a radical simplificação do sistema tributário nacional.
– Manutenção do tripé macroeconômico vigente: câmbio flexível, meta de inflação e meta fiscal.
– Todos os recursos obtidos com privatizações e concessões deverão ser obrigatoriamente utilizados para o pagamento da dívida pública.
– Nova carteira de trabalho verde e amarela, voluntária, para novos trabalhadores.
– Contra o retorno do imposto sindical.

Segurança pública
Já na área de segurança pública, um dos principais temas dos discursos de Bolsonaro, o projeto atribui às cidades governadas pelo “Foro de São Paulo” os altos índices de violência do País. Para resolver esta questão, o candidato propõe investir em tecnologia e inteligência, acabar com a progressão de penas e as saídas temporárias, além de reduzir a maioridade penal para 16 anos e mudar o Estatuto do Desarmamento, facilitando o acesso ao porte de armas.

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Além disso, o presidente eleito fala em dar “retaguarda jurídica” aos policiais no exercício da função e que agirem em legítima defesa, ou seja, dar imunidade aos oficiais envolvidos em ocorrências. Ele também pretende classificar as invasões de propriedades rurais e urbanas como terrorismo e retirar da Constituição qualquer relativização da propriedade privada. Confira o plano de governo completo de Bolsonaro clicando aqui. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.