Brasil ocupa 3º lugar em interesse do mercado por IPOs, diz Ernst & Young

Na frente do país estão EUA e China/Hong Kong como preferidos; expectativa para 2013 é ainda maior

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – O Brasil ocupa o 3º lugar em ranking de IPOs (Oferta Pública de Ações, na sigla em inglês) na percepção de investidores. Segundo pesquisa da Ernst & Young, o interesse dos investidores coloca os EUA em primeiro lugar e China e Hong Kong em segundo. O quarto lugar é ocupado por outros países da Ásia e Pacífico. Em quinto lugar, ficou o Reino Unido.

Dos 300 investidores entrevistados, 153 preferem investir em IPOs nos EUA e 112 acreditam no potencial da China e Hong Kong. Em relação ao Brasil, 100 creem que o país é o melhor para investir em ofertas iniciais.

Expectativa é ainda maior para 2013
Segundo a pesquisa, a melhora na perspectiva para lucros corporativos e para a economia global e a maior estabilidade dos mercados acionários elevam a percepção para 2013. “Os resultados (da pesquisa) derrubam o mito de que investidores institucionais não apoiam o mercado de IPOs. Não apenas houve um aumento significativo do interesse em 2012, como também a expectativa para 2013 e 2014 é que o cenário positivo para os investimentos se mantenha”, afirma André Viola Ferreira, sócio-líder para Mercados Estratégicos da Ernst & Young Terco.

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“Os EUA devem continuar a liderar, seguido pelos mercados de rápido crescimento na Ásia – particularmente a China – e pelo Brasil. É improvável que o cenário do setor mude de forma significativa nos próximos cinco anos, embora investimentos em mineração e em petróleo e gás devam aumentar a expectativa que a economias dos mercados de rápido crescimento continuem a investir em infraestrutura e em suas capacidades de manufatura”, diz Ferreira.

Preferências em setores
Apesar da forte confiança de Ferreira nos mercados de rápido crescimento, a pesquisa mostra que os investidores ainda consideram esses mercados mais arriscados e caros, com precificação mais alta. O estudo aponta ainda que os investidores não se sentem inclinados a investir fora de suas áreas geográficas.

Segundo a pesquisa, o setor de serviços financeiros é o preferido em todas as regiões. No total, 51% dos investidores consideram este setor uma das três principais alternativas. Em segundo lugar, aparece o mercado de varejo (35%), seguido por bens de consumo (27%), petróleo e gás (26%) e tecnologia (21%).

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Investidores divergem em relação aos private equities
A Ernst & Young também desmitificou a crença de que os IPOs de empresas que possuem investimentos de private equity e venture capital têm menor valor para investidores futuros. A percepção dos investidores sobre o preço desses IPOs em relação aos demais mostrou ser variada. Pouco mais de 40% dos investidores institucionais disseram acreditar que tais IPOs sejam mais caros, enquanto cerca de 60% afirmaram que o preço seria o mesmo ou até mesmo menor, o que implicaria maior retorno para novos investidores.

“As diferenças regionais na percepção do valor que o private equity e o venture capital trazem aos IPOs são grandes. Os investidores baseados na América Central e América do Sul são em sua maioria positivos – em contraste direto com os de outras regiões de rápido crescimento, como a África e o Oriente Médio.

Desafios podem ser superados
A pesquisa indica ainda que o alto preço das ações é o principal desafio para o sucesso de um IPO, na visão dos investidores. O relatório mostra que 85% dos entrevistados consideraram esse o maior obstáculo para o investimento. Em segundo lugar, com 56% das citações, destaca-se a qualidade da administração da empresa que abre seu capital. Em terceiro, com 43%, aparece a definição do momento do ciclo de vida empresarial adequado para a empresa realizar o IPO.

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“A boa notícia é que os principais desafios para um IPO bem-sucedido podem ser gerenciados, esses são fatores com os quais as companhias podem lidar”, explica Ferreira.