Imobiliárias disparam, Eletropaulo vai a R$ 12, OGX fica volátil; veja destaques

Ações da petrolífera de Eike Batista fecharam com queda de 3,24%, aos R$ 3,29, mas chegaram a subir durante a sessão

Felipe Moreno

(Divulgação/MRV)

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SÃO PAULO – Em dia de grande volatilidade no mercado, o Ibovespa avançou 0,57%, terminando a sessão desta quarta-feira (28) aos 57.273 pontos. As ações da Eletropaulo (ELPL4) lideraram as perdas do índice, com queda de 5,93%, terminando aos R$ 11,90, enquanto a ponta positiva foi ocupada pelas ações da MRV Engenharia (MRVE3), que teve alta de 6,64%, terminando aos R$ 12,69. 

Os papéis de imobiliárias dispararam nessa sessão: além da MRV, a Gafisa (GFSA3) mostrou alta de 5,58%, para R$ 4,35, a Tecnisa (TCSA3) subiu 3,98%, aos R$ 8,36, e a Brookfield (BISA3) teve ganhos de 4,17%, aos R$ 3,25. Todavia, o volume das ações dessas empresas foi abaixo da média das últimas 21 sessões, com a exceção da Tecnisa.

O pregão também foi marcado pela forte volatilidade da OGX Petróleo (OGXP3), que terminou com queda de 3,24%, aos R$ 3,29. O papel chegou a subir 2,45% durante o intraday e chegou a liderar as perdas do índice quando apresentava queda de 5,29%. Para Henri Evrard, analista da Infinity Asset, esse tem sido o movimento “normal” da ação, que tem ganho volatilidade nas últimas sessões. 

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Eletropaulo desaba após resultado
A empresa de energia sofreu após divulgar os resultados de 2012, chegando a mostrar queda de 6,48% no intraday, a R$ 11,83. A Eletropaulo reportou um prejuízo líquido R$ 72,6 milhões que se compara a um lucro líquido de R$ 687 milhões em igual trimestre de 2011 – queda de 93,1%.  A AES Tietê (GETI4) também divulgou resultados, mas teve alta de 2,03%, aos R$ 20,60. 

A Eletropaulo viu números nada agradáveis avançarem em 2012: a dívida pulou 33,6%, de R$ 2,33 bilhões para R$ 3,12 bilhões, enquanto os investimentos, mensurados pelo capex (custos de capital) da empresa subiram 12,5%, para R$ 831,1 milhões. Para conter os seus problemas com dívidas, Eletropaulo pode recorrer a emissão de ações

As despesas operacionais cresceram 20,9%, passando de R$ 6,93 bilhões para R$ 8,39 bilhões. Isso pressionou a receita da empresa, que cresceu 1,3% para R$ 9,56 bilhões – que, junto com o pequeno lucro, fez a margem líquida recuar de 16% para 1,1%, queda de 14,9 pontos percentuais. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 77%, para R$ 655,6 milhões, levando a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) para 6,6%, queda de 77,3 pontos percentuais.

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Ambev cai com resultado bom, mas expectativas piores
Mesmo com um resultado bastante forte e até acima das expectativas do mercado, totalizando um lucro líquido de R$ 3,72 bilhões nos três últimos meses de 2012, as ações da Ambev (AMBV4) registraram queda de 2,67%, a R$ 86,38.

Apesar do bom resultado, a gigante do mercado de bebidas perdeu uma fatia considerável do mercado, além de ter sofrido pelo segundo ano consecutivo com aumento de impostos e com crescimento econômico lento, contribuindo para a queda dos ativos. Em janeiro, a Ambev enfrentou uma queda de 4,4% na participação do seu principal mercado: o de cervejas, atingindo os 739 milhões de litros – culpa de cargas tributárias maiores e excesso de chuvas nos grandes centros populacionais, onde a demanda por bebida é maior. 

Segundo o estrategista-chefe da FuturaInvest, Luis Gustavo Pereira, a queda dos papéis é motivada não pelo resultado atual da companhia, e sim pela expectativa de anos mais difíceis. Dentre eles, a expectativa de um crescimento menos acelerado e a continuidade dos desafios enfrentados nos últimos anos. Desta forma, o mercado começa a se ajustar para resultados futuros mais fracos. 

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Entretanto, aponta Pereira, a expectativa ainda é de crescimento para a companhia pelo mundo, confirmada pela tentativa da controladora da companhia em adquirir o grupo mexicano Modelo. Além disso, avalia o estrategista, a perda de uma certa participação de mercado é normal em um cenário em que a companhia possui uma grande concentração, de cerca de 68%. Por fim, mais indiretamente, está a pressão sofrida pela controladora da companhia, a AB-Inbev, que está sendo acusada de injetar água em suas cervejas para poder vender maiores volumes e realizar mais lucros nos EUA, motivando a abertura de processos judiciais no país.

Outras empresas que divulgaram resultado também caem
As ações da Lojas Renner (LREN3) também tiveram uma sessão ruim, com queda de 0,53%, aos R$ 75,30 – chegando a bater os R$ 73,21 durante a sessão. A companhia reportou um resultado tão forte quanto o esperado pelo Itaú BBA, Bradesco, Santander e Ágora Corretora. O lucro líquido somou R$ 147,7 milhões no quarto trimestre de 2012, com a receita líquida das vendas de mercadorias registrando R$ 1,18 bilhão. 

Já os indicadores de mesma lojas foram melhores do que o esperado pelo Itaú BBA, com alta de 12,4% versus o estimado de 11%. Por outro lado, o resultado financeiro levou a um impacto negativo para a companhia, aponta o Itaú BBA e o Bradesco. 

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O resultado da OdontoPrev também decepcionou os investidores nesta quarta-feira, levando os papéis a caírem 4,10%, a R$ 9,35. A receita líquida registrou alta de 10,8% na comparação anual, enquanto o número de beneficiários foi 8% maior na comparação anual, abaixo da média de crescimento do setor, de 12,1%.  Segundo o Bradesco, chama a atenção ainda a deterioração das margens de rentabilidade da companhia, o que, segundo a OdontoPrev, representa uma maior concorrência associado a um ritmo econômico mais lento.