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SÃO PAULO – A renda do trabalhador brasileiro está se recuperando, mas ainda não conseguiu atingir o mesmo valor de 2002. A afirmação foi feita à InfoMoney nesta sexta-feira (16) por Marcelo Ávila, economista do Instituto de Pesquisa em Economia Aplicada (Ipea).
Em 2003, houve uma precarização muito rápida no mercado de trabalho, com queda de 12% nos ganhos. E, apesar de a renda crescer ao longos dos anos seguintes, enquanto em dezembro de 2002 o rendimento médio real habitualmente recebido era de R$ 1.087,89, no mesmo mês do ano passado esse total era de R$ 1.077,55.
“Ainda falta 1% para que seja atingido o mesmo patamar”, explicou.
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Aumento na procura
A análise foi feita com base em dados da Pesquisa Mensal de Emprego, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme Ávila, em 2003, houve uma tendência do aumento de procura de emprego. “O membro secundário familiar, sem ser o chefe de família, teve de entrar no mercado de trabalho”, explicou o economista.
“E essas pessoas aceitaram ganhar um salário mais baixo, sendo que a grande maioria encontrou uma vaga no setor informal”, adicionou. Para se ter uma idéia, à época foram 850 mil novas vagas. Desse total, 97% não tinham carteira assinada. O cenário foi se modificando com o passar dos anos.
Veja abaixo a evolução anual do número de postos criados, com porcentagem referente ao mercado informal:
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Ano | Vagas criadas | Mercado informal |
2003 | 850 mil | 97% |
2004 | 646 mil | 40,1% |
2005 | 474 mil | zero |
2006 | 520 mil | 26% |
Fonte: PME/IBGE
Nível de emprego
Além disso, Ávila lembrou que o crescimento do nível de emprego ultimamente está abaixo do avanço da renda. Em outras palavras, há uma comprovação da recuperação de rendimento. “Como a maioria das vagas criadas corresponde ao mercado formal, o salário oferecido tende a ser melhor do que o dos postos informais.”
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Depois da queda de 12% da renda em 2003, houve avanço de 1,9% em 2004; 5,8% em 2005 e 5% em 2006. Por outro lado, a ocupação teve aumento de 1,9%, em 2004; de 2,4%, em 2004; e de 2,6% em 2006.
O motivo dessa melhora, concluiu, é a situação da economia. “Em 2004 o PIB brasileiro cresceu quase 5%, o que é alto para o nível do País. Além disso, ampliaram-se as exportações, que contratam mais profissionais do setor formal”, finalizou o economista.