Petrobras chega a cair mais de 2%, enquanto varejistas arrancam no Ibovespa

Vale analisa venda de 31% na Log-In e Light vai investir mais de R$ 700 milhões em 2013; confira outros destaques

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em sessão instável, o Ibovespa mostra cautela mesmo depois que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos conseguiu postergar na noite da véspera seu pedido aos parlamentares para elevar o teto da dívida pública federal. Com isso, foi afastado o risco do país declarar a suspensão de pagamentos de obrigações da dívida e de gastos correntes logo no início de 2013.

Já entre o noticiário corporativo, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3; PETR4) recuavam 1,39% por volta das 12h45 (horário de Brasília), sendo cotadas a R$ 19,91, enquanto as preferenciais caíam 1,4%, aos R$ 19,78. Na mínima do dia, os papéis PETR3 chegaram a cair 2,48%, aos R$ 19,69, enquanto PETR4 alcançou queda de 2,34%, aos R$  19,59. 

Os papéis refletem um estudo que aponta que a petrolífera acumula perdas com acionamento de usinas térmicas. A operação plena das termelétricas para garantir a segurança do abastecimento do sistema brasileiro, enquanto os reservatórios hidrelétricos estão em níveis críticos, está gerando um prejuízo da ordem de R$ 240 milhões por mês à Petrobras, segundo cálculo realizado pela consultoria Gas Energy, com base no volume e no preço de gás natural liquefeito importado pela estatal para complementar a oferta do insumo para as usinas brasileiras, e publicado no Valor.

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Varejistas estão entre as maiores altas
Por sua vez, as ações das empresas de varejo vêm chamando a atenção nesta sessão e figuram entre as maiores altas do Ibovespa. As ações da Hypermarcas (HYPE3) registram valorização de 3,51%, sendo cotadas a R$ 16,83, e lideram os ganhos do índice. Um pouco mais distante aparecem os ativos da Natura (NATU3), Ambev (AMBV4) e Pão de Açúcar (PCAR4), com alta de 2,06%, 1,50% e 1,44%, respectivamente

Vale analisa venda de 31% da Log-In
Ainda entre os destaques corporativos, a Vale (VALE3; VALE5) confirmou o que o mercado comentava há algum tempo: a venda de fatia da Log-In Logística Intermodal (LOGN3) – empresa especializada no transporte de cargas em contêineres. 

Conforme informou o Valor, a mineradora analisa a venda de 31,33% que detém no capital da companhia, o que equivale a R$ 217 milhões, considerando-se o valor de mercado da empresa na véspera, de R$ 692,6 milhões. 

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Ainda na véspera, a empresa anunciou a venda de 25% da concessão de óleo e gás BM-ES-22A na Bacia do Espírito Santo para a Statoil Brasil Óleo e Gás, num acordo no valor de US$ 40 milhões, sendo o pagamento feito à vista. 

As ações ordinárias da mineradora registram valorização de 0,76%, sendo cotadas a R$ 42,49, enquanto as preferenciais avançam 0,76%, aos R$ 41,00.

Light vai investir R$ 773 milhões em 2013
A Light (LIGT3), distribuidora de energia que atua no Estado do Rio de Janeiro, vai investir R$ 773 milhões em 2013, dos quais R$ 682 milhões serão voltados ao segmento de distribuição. A informação foi dado pelo presidente da companhia, Paulo Roberto Pinheiro, ao jornal “O Globo”. 

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O investimento total programado para o próximo ano é 23% menor do que o R$ 1 bilhão previsto para este ano, dos quais R$ 721 milhões devem ser aportados no segmento de distribuição. O orçamento para 2013 ainda será submetido à assembleia geral ordinária da companhia, que deve ocorrer até abril. 

BTG acirra disputa por crédito a empresas após oferta de ações
Em meio às negociações com os três maiores bancos privados do país – Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) – para o financiamento da bilionária aquisição da Atento Brasil, empresa de call center do grupo Telefônica, a gestora norte-americana Bain Capital recebeu uma proposta alternativa do BTG Pactual. A instituição ofereceu condições mais flexíveis em troca de garantias adicionais e, mesmo com uma taxa maior, acabou levando a operação. 

Os concorrentes, que também estão entre os principais clientes da empresa, precisaram correr atrás para conseguir pelo menos parte da transação, realizada com uma emissão de debêntures no valor de R$ 915 milhões. 

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Eletrobras assina financiamento de R$ 3,8 bilhões com Caixa
A Eletrobras (ELET3; ELET6) assinou contrato de financiamento junto à Caixa Econômica Federal no valor de R$ 3,8 bilhões.

Segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira (27), o montanto detina-se à aquisição de máquinas, equipamentos importados e contratação de serviços para a construção da Usina Termonuclear Angra 3.

CSN pagará R$ 300 milhões em dividendos
A CSN (CSNA3) vai pagar R$ 300 milhões em dividendos no dia 4 de janeiro. O valor corresponde a R$ 0,20 e é isento de imposto de renda. A partir desta quinta-feira, as ações são negociadas “ex-dividendos”, ou seja, terão direito a receber o benefício os acionistas que tinham papéis da companhia ao fim do pregão da última quarta-feira (26).

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Dívida da Marfrig recua menos que emergentes
A Marfrig (MRFG3) viu os rendimentos dos títulos com vencimento em 2018 recuarem 2,73 pontos percentuais este ano, menos do que a queda média de 3,92 p.p. para dívidas com nota de risco semelhantes de mercados emergentes. 

Notas do maior concorrente da Marfrig, a Minerva SA, deram retorno de quase o dobro este ano. Enquanto a Marfrig busca reduzir a dívida depois que 20 aquisições nos últimos cinco anos aumentaram as obrigações para um recorde e que o preço dos grãos saltou, a Larrain Vial SA diz que a credibilidade do frigorífico está em risco.

Arteris entra com pedido na CVM para fazer OPA das próprias ações
A Arteris (ARTR3), anteriormente conhecida por OHL Brasil, anunciou na noite da última quarta-feira (26) que entrou com pedido na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para registrar a OPA (Oferta Pública de Aquisição) de ações ordinárias da empresa.

Esse processo decorre da troca do controlador da empresa. No início deste mês a Partícipes en Brasil vendeu sua participação para a Abertis e para a Brookfield Brazil Motorways Holdings.

JVCO abre processo contra TIM e Telecom Italia
A JVCO Participações, do empresário Nelson Tanure, vai instaurar procedimento arbitral exigindo da Telecom Italia e da TIM Participações (TIMP3) as obrigações previstas no acordo de acionistas da operadora brasileira de telefonia, depois do anúncio da rescisão do documento na última sexta-feira.

Segundo informou a TIM no fim da semana passada, a JVCO passou a deter menos de 1,5 por cento do capital da companhia, o que dá “à controladora (Telecom Italia) o direito de, a seu exclusivo critério, rescindir imediatamente o acordo de acionistas”.