Da fala à internet: os avanços do celular em 20 anos no Brasil

Aparelho tornou-se um minissistema de funções multimídia, aliando conectividade e praticidade a um toque de distância

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SÃO PAULO – O celular, que comemora 20 anos de sua chegada ao País no próximo dia 30 de dezembro, há tempos não se restringe apenas ao serviço para o qual foi inicialmente desenvolvido: a comunicação falada.

O aparelho, que sofreu consideráveis mudanças ao longo desses anos, tornou-se um minissistema de funções multimídia, aliando conectividade e praticidade a um toque de distância.

“Evoluímos de um celular para um minicomputador. Com isso, o aparelho se tornou diferente para cada um, uma verdadeira extensão da nossa mão”, afirma o diretor da empresa de mobile marketing Agência Fluída, Daniel Mendes.

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A mesma opinião é compactuada pelo professor da Universidade Mackenzie e especialista em marketing e planejamento estratégico, Marcos Morita. Segundo ele, a grande revolução provocada pelos celulares está na utilização do aparelho como instrumento de trabalho e inclusão social.

“Os celulares e a tecnologia neles embutida têm mudado a maneira com que muitos executivos e profissionais encaram a jornada de trabalho, esticando-a para muito além das horas trabalhadas no escritório. Há muitas pessoas que não se contentam com apenas uma linha, possuindo duas ou até três, incluindo o rádio”, avalia.

Brasil tecnológico
Atualmente, a indústria móvel tecnológica no Brasil pode ser dividida em duas frentes: a dos usuários pós-pagos (20%) e a dos clientes pré-pagos (80%).

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“No Brasil temos um mercado muito distinto. Os aparelhos pós-pagos, por exemplo, são mais modernos, com pacotes de internet e mais mobilidade. Os pré-pagos, já não tão modernos, estão ausentes de pacotes Web. Existem ações e formas para atuar nestes diferentes mercados”, opina Mendes.

Este modelo de negócios não é favorável para as operadoras, uma vez que a maior parte dos usuários possui a modalidade pré-paga, na qual mais recebem do que fazem chamadas.

“Estas [as operadoras], por sua vez, investirão quantias consideráveis na expansão de suas redes 3G, assim como, acredito, criarão pacotes mais atrativos para novos consumidores, aumentando sua receita com o tráfego de dados”, diz Morita.

Avanços
Para ambos especialistas, as principais mudanças na tecnologia dos celulares nesses 20 anos está associada à internet e aos aplicativos lançados no mercado.

Morita sustenta, contudo, que o principal avanço tecnológico foi causado pelos celulares cujo valor agregado está em seu software e em seus aplicativos, mudando o modelo de negócios e os principais concorrentes. 

A briga, segundo ele, já não mais se concentra no hardware, deixando de lado importantes players como Motorola e Nokia, antigos líderes de mercado.

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O diretor da Agência Fluída vai ainda mais além: O avanço mais importante, além dos recursos tecnológicos, aconteceu na comunicação humana.

Liderança
Quem não deve estar gostando nada dessa evolução móvel são os fabricantes de desktops. Tomando-se como base a portabilidade, pela primeira vez desde 2006, a venda de notebooks deve ultrapassar a de desktops ao longo de 2010, segundo dados da Abinee (Associação Brasileiro da Indústria Elétrica e Eletrônica).

Mesmo centrando-se em uma análise de computadores, os dados apontam para uma nova tendência que deverá aportar no País tão logo quanto se imagina.

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“Em minha opinião os desktops já estão na fase do declínio, substituídos pelos notebooks, cuja produção em massa faz com que seus preços caiam dia-a-dia, aproximando os preços entre as opções. Com a tendência da mobilidade e as redes sem fio, é cada vez mais comum a compra de um notebook, mesmo antes de um desktop, repetindo a compra de um celular antes de uma linha fixa”, aponta Morita.

Quanto aos celulares, explica o especialista, há diversas pesquisas que apontam que os acessos a internet serão maiores através dos dispositivos móveis que através dos notebooks.

Futuro
Serviços consumidos pelo rádio e pela televisão já estão presentes no celular. Falar do futuro desse segmento pode ser difícil? Para os dois especialistas, a resposta é não!

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“Já chegamos ao patamar do rádio e ultrapassamos o da TV. Não existe inclusão digital tão efetiva quanto o celular no Brasil, que ganha cada vez mais importância como uma mídia de comunicação. Logo pagaremos contas pelo celular”.

O mesmo raciocínio é traçado pelo especialista em marketing e planejamento estratégico. Morita diz que no futuro haverá uma maior integração entre internet e telefonia, através das redes de alta velocidade.

“Voz e vídeo serão cada vez mais comuns, replicando os chats e redes sociais existentes na web para os dispositivos móveis. Vejo também sua utilização como instrumento de pagamentos, entretenimento através da TV digital e promoção e publicidade utilizando a geo localização para ofertas direcionadas em áreas restritas”, conclui.