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SÃO PAULO – Os altos lucros dos bancos saem do bolso da sociedade. Segundo análise do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que divulgou, na terça-feira (20), seu estudo “As Receitas de Prestação de Serviços dos Bancos”, apesar da estabilidade econômica pela qual o Brasil atravessa, instituições financeiras insistem em elevar seus encargos, como taxas de juros, tarifas e serviços prestados.
“Os lucros recordes dos bancos contrastam com a privação da grande maioria da sociedade”, avalia o Dieese. Segundo o departamento, essas cobranças garantem lucros recordes e imunizam os bancos de possíveis crises.
“O setor financeiro é um dos principais beneficiários da política econômica”, afirma o Dieese. “Pois consegue maximizar seus resultados numa economia que convive com taxas modestas de crescimento por mais de duas décadas”.
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Clientes sentem impacto
O instituto comparou o preço da cesta básica cobrado em fevereiro último (R$ 175,54) com o valor anual pago em despesas bancárias. Se o cliente contratar um “pacote/cesta”, ele desembolsará R$ 269,76, mas se preferir pagar as tarifas avulsas, esse correntista gasta, em média, R$ 336,72. Isso significa que, com o dinheiro despendido com a opção mais em conta (pacote/cesta), ele poderia comprar quase duas cestas básicas.
Ainda segundo o Dieese, o gasto mensal com o pacote/cesta era de R$ 22,48 em fevereiro deste ano, ou 7,49% do salário mínimo vigente naquele mês. Em março de 2005, esse pacote custava R$ 18,57, um aumento de 16,4%.
Se o correntista optar pelo gasto avulso, o valor mensal de R$ 28,06 em fevereiro passado tomaria 9,35% do salário mínimo vigente naquela oportunidade.
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Impostos também ficam com os bancos
É por este motivo que já tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei Complementar 233/2005 que exige o cancelamento das tarifas bancárias.
Mas os bancos não ganham só com seus serviços. De acordo com o Dieese, grande parte dos impostos pagos pelo contribuinte seria destinada ao pagamento dos juros da dívida pública contraída com os próprios bancos.