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SÃO PAULO – O potencial negócio entre o Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) e o Carrefour Brasil é marginalmente negativo para as ações da primeira no curto prazo, segundo os analistas do Citigroup.
A dupla de analistas Carlos Albano e Marcio Kawasaki manteve a recomendação de manter, com preço-alvo de R$ 72,00, valor que representa um upside (potencial teórico de valorização) de 13,91% em relação a cotação do último fechamento.
Negativo no curto prazo
Segundo os analistas, o pedido de arbitragem do grupo Casino e o posicionamento da família Diniz sobre os rumores do negócio com o Carrefour “são claras indicações de que a probabilidade de um potencial acordo entre o Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour está aumentando”.
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A avaliação é que qualquer potencial acordo com o Carrefour é marginalmente negativo para as ações do Pão de Açúcar no curto prazo por conta dos riscos de execução, preço dos ativos do Carrefour, percepção dos investidores sobre o varejo de alimentos e potencial diluição para os acionistas minoritários.
Riscos de execução e preço
Sobre o primeiro fator citado, a dupla lembra que o Pão de Açúcar já está em meio a um importante processo de melhora de desempenho com a Globex, fato que já representa um risco de execução para o investimento no Pão de Açúcar.
Com as operações do Carrefour no Brasil não obtendo uma performance boa, os analistas entendem que seriam necessárias melhoras também nessas operações, o que poderia aumentar ainda mais o já elevado risco de execução para o Pão de Açúcar.
Outro fator crítico sobre esse potencial negócio com o Carrefour é o preço, uma vez que o Walmart também pode estar interessado nos ativos brasileiros da rede francesa, o que pode aumentar o preço destes últimos.
Varejo de alimentos e diluição
Sobre o varejo de alimentos e os investidores, os analistas notam que as ações do Pão de Açúcar vêm sendo negociadas com múltiplos mais elevados do que antes da aquisição da Globex, o pode indicar que os investidores estão dispostos a pagar um múltiplo mais elevado para um negócio com maior potencial de crescimento – bens duráveis -, do que o negócio de alimentos.
Com a aquisição do Carrefour podendo ser entendida como uma nova guinada, os analistas avaliam que os múltiplos das ações podem cair por conta das taxas de crescimento menores nas operações de alimentos.
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Por fim, o acordo entre o Pão de Açúcar e o Carrefour Brasil poderia gerar uma diluição para os acionistas minoritários da primeira por conta do fato de que, caso o negócio ocorra, uma fusão faria mais sentido que uma aquisição.